Cidade da Praia, 08 Jul (Inforpress) – O deputado do PAICV Fidel de Pina afirmou hoje, na cidade da Praia, que o sector da Saúde em Cabo Verde atravessa uma “crise profunda”, apontando o Governo como principal responsável pela situação.
O parlamentar eleito nas listas do Partido Africano da Independência de Cabo Verde (PAICV, oposição) fez estas declarações à imprensa no balanço das jornadas parlamentares.
Ressaltou que a interpelação ao Governo sobre a política nacional de saúde será o ponto alto da sessão parlamentar de quarta-feira, 09, e deixou claro que “a Saúde não está de boa saúde”.
“O sector da Saúde em Cabo Verde não está bem. O Sistema Nacional de Saúde está um caos e numa profunda crise. E, claramente, o grande responsável por esta situação é o senhor Ulisses Correia Silva e o seu Governo”, declarou.
Fidel de Pina denunciou o incumprimento de promessas do actual executivo, como a construção do novo Hospital Nacional de Referência da Praia, que “continua a ser apenas um desenho de papel”, e criticou o atraso na revisão da Carta Sanitária Nacional, iniciada apenas em maio de 2025, após nove anos de governação.
“Temos assistido apenas a uma mera gestão de expectativas. O actual programa de Governo repete promessas antigas não cumpridas, sem apresentar soluções práticas e credíveis (...). Não há resultados palpáveis no setor da saúde”, afirmou.
O deputado apontou ainda “uma degradação progressiva da qualidade dos serviços da saúde”, destacando o défice de recursos humanos e a precariedade laboral no sector.
“É frequente também nos hospitais, hoje sem reagentes, sem medicamentos essenciais e sem materiais básicos de diagnóstico e tratamento. (...) Enfim, a saúde em Cabo Verde tornou-se cara e inacessível. Hoje, entrar num hospital público em Cabo Verde é um peso para o bolso do cidadão cabo-verdiano”, indicou.
Para Fidel de Pina, Cabo Verde já teve melhores motivos para se orgulhar do seu Sistema Nacional de Saúde e defende que apenas uma mudança de governação poderá inverter a situação.
“Portanto, o país precisa de um novo rumo em matéria de saúde. E só com o PAICV no governo, a partir do próximo ano, em 2026, conseguiremos devolver à saúde o lugar que ela merece, que é no centro da vida dos cabo-verdianos, com dignidade, mas, sobretudo, com justiça social”, afiançou.
O deputado criticou ainda a mudança recente de ministro da Saúde, referindo que o novo responsável não terá tempo de cumprir com as principais promessas, e manifestou dúvidas quanto à eficácia do novo PCFR.
“O Governo deve planificar para que não aconteçam coisas do género como os médicos que formaram aqui em Cabo Verde e ficaram aqui mais de dois anos no desemprego, quando o país tem claramente escassez de médicos”, concretizou.
Em resposta à situação das longas listas de espera, o deputado partilhou um exemplo concreto.
“Há consultas de especialidade, por exemplo, como Cardiologia, que a lista de espera está mais ou menos em 12 meses, um ano praticamente. Portanto, isto é inadmissível”, considerou, referindo ainda, que neste momento, o tal estado social na saúde não existe.
TC/AA
Inforpress/Fim
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