Cidade da Praia, 30 Out (Inforpress) – A deputada do (PAICV, posição) pela diáspora africana Gisele Lopes exaltou hoje Amílcar Cabral enquanto um revolucionário que contribuiu para a independência, identidade e nacionalidade de alguns países africanos, sobretudo Guiné Bissau e Cabo Verde.
A parlamentar fez esta consideração hoje durante uma declaração política no parlamento em representação do grupo parlamentar do Partido Africano da Independência de Cabo Verde (PAICV).
No ano em que se comemorou o centenário do nascimento de Cabral, esta deputada declarou que Cabo Verde e alguns países da África devem a sua independência, identidade e nacionalidade a Amílcar Cabral.
“Revolucionário iminente, agrónomo e teórico marxista, pai da independência de Cabo Verde e Guiné-Bissau, Amílcar Cabral também influência e acompanha o processo de independência de Angola, de São Tomé e Príncipe e Moçambique”, afirmou.
A seu ver, comemorar o centenário de Cabral significa lembrar um período de transição da história política da África, lutas de libertação e “reafricanização” descritas por vários autores políticos, sindicalistas e intelectuais do Senegal.
Conforme salientou, hoje a visão de África de Amílcar Cabral continua tão relevante como há 100 anos e transcende fronteiras e épocas, deixando um legado universal que inspira milhões de pessoas no mundo inteiro.
De modo que pediu o reconhecimento da pertinência de suas ideias, até porque, justificou, está-se perante um mundo frequentemente dominado por desinformação, onde os factos às vezes são manipulados por proveito pessoal ou político.
Em recção o deputado do Movimento para a Democracia (MpD, poder), Orlando Dias manifestou “nada contra” a declaração da oposição, que classificou de pacífica.
Entretanto, sublinhou que Cabral assim como todo o cabo-verdiano lutaram pela independência nacional e diz não entender a perspectiva de sua partidarização, até porque, argumentou, ele morreu antes da independência e não tem nada a ver com o regime implementado depois da democracia.
Por outro lado, aproveitou o momento para enaltecer Carlos Veiga, afirmando que as estátuas que existem em Cabo Verde, o memorial Amílcar Cabral, assim como muitas coisas que constam no Boletim Oficial e que qualificam e valorizam Cabral, foram todos feitas na década de 90 no tempo de Veiga.
O deputado do PAICV João Batista Pereira, por sua vez, ressaltou o contributo de Amílcar Cabral para o país e para diáspora e disse não compreender que a contribuição que ele deu nomeadamente para o 25 de Abril em Portugal, que os cabo-verdianos ainda hoje estejam a ser relegados para zonas urbanas sensíveis nas cinturas de Lisboa.
Onde, criticou, está legitimado todo o tipo de intervenção da autoridade contra eles, todo o tipo de maus tratos que veio a resultar agora na morte do Odair Moniz, lamentando que este não é apenas um caso isolado, mas vivenciado por todos os cabo-verdiano que vivem em Portugal.
ET/AA
Inforpress/Fim
Partilhar