PAICV acusa Governo de falta de investimento em sectores de água e electricidade e alerta para o retrocesso de Santiago Sul

Cidade da Praia,12 Set (Inforpress) - A deputada eleita pelo Partido Africano da Independência de Cabo Verde (PAICV) Carla Lima acusou hoje o Governo de “falta total de investimento” nos sectores da água e da energia.

A parlamentar do maior partido da oposição sustentou que a população de Santiago Sul vive uma situação de “penúria constante” nestes serviços essenciais.

As declarações foram feitas no âmbito da visita que os deputados nacionais do PAICV eleitos por Santiago Sul realizaram esta sexta-feira às empresas Electra e Águas de Santiago (AdS), para auscultar as preocupações das instituições e recolher subsídios para o trabalho parlamentar.

Conforme avançou, a realidade encontrada na AdS demonstra que, desde 2016, " não foi acrescentado nem um metro cúbico (m³), à capacidade instalada”, permanecendo a produção na ordem dos 15 mil m³, volume considerado “insuficiente” para abastecer a Praia, São Domingos e parte da Ribeira Grande de Santiago.

A deputada lembrou ainda que Cabo Verde já dispunha, em 2016, de uma capacidade de produção de 20 mil m³, acusando o Governo de “descaso” e de não cumprir os projectos anunciados nos Orçamentos do Estado para modernização da rede de água e extensão do saneamento.

Carla Lima realçou também os problemas de qualidade da água, lembrando o estudo recente do Instituto Nacional de Saúde Pública (INSP) que apontou “riscos graves” para a saúde, dados que a AdS “não reconhece”.

Para a deputada, cabe ao Governo “liderar o processo” e uniformizar os procedimentos de monitorização, garantindo confiança na água da rede pública.

Relativamente à energia, a parlamentar denunciou a mesma situação de falta de investimentos, apontando que, desde 2016, não foi adquirido “um único grupo gerador”.

“A Electra vive da manutenção de equipamentos comprados em anteriores governos do PAICV, que naturalmente, após uma década, começaram a apresentar avarias”, sublinhou, acrescentando que a procura aumentou, mas a capacidade instalada manteve-se.

“Os cidadãos não conseguem trabalhar, não conseguem ter energia para as suas actividades em casa, e em vez de soluções, temos listas de cortes”, afirmou, acusando o Governo do Movimento para a Democracia (MpD) de fazer o país “regredir a épocas que já tinham sido ultrapassadas”.

A deputada disse, entretanto, ter recebido garantias da Electra que a situação das quedas de energia vai ser normalizada na próxima semana.

Os deputados do PAICV prometeram levar essas preocupações ao Parlamento, defendendo investimentos urgentes para garantir água em quantidade e energia estável para a região de Santiago Sul.

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