Óbito/Oswaldo Osório: “Foi um dos cabouqueiros da política cultural neste Cabo Verde independente” - Jorge Tolentino

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Óbito/Oswaldo Osório: “Foi um dos cabouqueiros da política cultural neste Cabo Verde independente” - Jorge Tolentino
31/10/24 - 12:53 pm

Cidade da Praia, 31 Out (Inforpress) – O diplomata e escritor Jorge Tolentino lamentou a morte do “escritor incontornável” de Cabo Verde e das literaturas em Língua Portuguesa e cidadão que nutria “um profundo amor por estas dez ilhas.

“Foi um dos cabouqueiros da política cultural neste Cabo Verde independente, da frente editorial e da leitura à da recolha das tradições orais, passando pela Literatura, as revistas, os suplementos culturais (...) Ele desdobrava-se”, concretizou.

“É simplesmente extraordinário o seu legado”, escreveu Jorge Tolentino na rede social Facebook.

O poeta contista, dramaturgo e ensaísta Oswaldo Osório morreu hoje aos 86 anos.

Natural do Mindelo, onde nasceu em 1937, Osório era um dos mais importantes nomes da poesia cabo-verdiana contemporânea.

Oswaldo Osório, pela sua dimensão poética e percurso, destaca-se como um dos grandes ícones da poesia cabo-verdiana, embora não tendo o foco que merece na literatura cabo-verdiana, de acordo com a crítica especializada.

Osvaldo Alcântara Medina Custódio nasceu no Mindelo, a 25 de Novembro de 1937.

Começou por ser empregado de comércio e funcionário público, só depois a vida se encarregou de o unir à política e à escrita. ‘Caboverdeanamente Construção Meu Amor’ foi a sua obra de estreia, em 1975 e dois anos depois edita ‘Cântico do habitante, Precedido de Duas Gestas’, sempre sob o nome de Oswaldo Osório. 

Na prosa, podemos encontrar ‘Cantigas de Trabalho – Tradições Orais de cabo Verde’, de 1977, o ensaio ‘Emergência da Poesia em Amílcar Cabral’, de 1985, ou o romance ‘Nimores e Clara & Amores de Rua’.

Em 2004, teve de se adaptar à nova condição de vida, já que uma doença hereditária fez com que perdesse a visão, mas a impossibilidade de escrever, não o afastou do trabalho de poeta, já que a sua companheira escreve as palavras de Oswaldo à medida que ele as dita.

Em 2013, já com 70 anos, o cabo-verdiano publicou mais um livro de poesia, ‘A Sexagésima Sétima Curvatura’. Depois da “Sexagésima Sétima Curvatura”, seguiram-se “As Ilhas do Meio do Mundo” e ainda “Teresias” e “Terasias II”.

JMV/AA

Inforpress/Fim

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