Cidade da Praia, 28 Ago (Inforpress) – O grupo parlamentar do MpD acusou hoje o presidente da Câmara Municipal da Praia de tentar interferir na actuação da Polícia Nacional após um acidente envolvendo um irmão do autarca, ocorrido há dois dias, na Achada Santo António.
A acusação foi feita à imprensa pelo líder parlamentar do MpD, Celso Ribeiro, no final da visita à Direcção Nacional Polícia Nacional para se inteirar do ocorrido.
O parlamentar explicou que a deslocação do grupo parlamentar às instalações policiais teve como objectivo confirmar a veracidade das informações que estavam a circular nas redes sociais.
Segundo o deputado, os relatos davam conta de que Francisco Carvalho teria procurado condicionar a actuação da Polícia, no local do acidente que envolveu o seu irmão.
“Na sequência do acidente, esteve a circular um vídeo a dizer que o próprio presidente da câmara esteve aí presente a tentar intrometer-se na função da Polícia e, consequentemente, na aplicação da Justiça, e por sermos responsáveis estamos aqui exactamente para ouvir da instituição Polícia se o facto corresponde ou não à verdade”, narrou.
Apesar de, segundo Celso Ribeiro, o comandante ter referido que houve pressão, a Polícia não se deixou intimidar.
“O mais estranho é que tentou proteger o irmão e em momento nenhum fez referência à vítima, que sofreu uma fractura exposta e foi levada para o hospital. Achamos isso lamentável”, acrescentou.
O deputado informou ainda que o carro envolvido no acidente, conduzido pelo irmão do autarca, circulava ilegalmente por não possuir seguro, tendo sido apreendido pela Polícia Nacional.
“Para nós, é um acto inqualificável por se tratar do presidente da maior câmara municipal do país e também actual presidente do maior partido da oposição, o PAICV. Condenamos vivamente essa intervenção, porque evitou que os policiais exercessem cabalmente as suas funções”, declarou.
Celso Ribeiro alertou que a situação transmite um mau sinal para a democracia, lembrando que envolve uma figura com aspirações de liderança nacional, e apelou à sociedade e aos partidos para permanecerem vigilantes face a este fenómeno.
TC/HF
Inforpress/Fim
Partilhar