Cidade da Praia, 15 Out (Inforpress) - O presidente do conselho directivo da Associação dos Deficientes Visuais de Cabo Verde (Adevic), Marciano Monteiro, alertou hoje para as barreiras físicas e comportamentais que continuam a dificultar a mobilidade autónoma das pessoas com deficiência visual no país.
Em entrevista à Inforpress, à margem da comemoração do Dia Mundial da Bengala Branca, assinalado hoje, Marciano Monteiro realçou que as principais limitações enfrentadas pelas pessoas cegas em Cabo Verde estão relacionadas com a falta de acessibilidade nos espaços públicos e urbanos.
Monteiro lamentou que os pavimentos e passeios, especialmente na Cidade da Praia, não estejam adequadamente preparados para permitir a circulação segura com a bengala branca, instrumento essencial para a locomoção independente.
Além das barreiras físicas, o dirigente chamou a atenção para os obstáculos do comportamento ainda presentes na mentalidade de parte da sociedade, poi, para ele, é necessário “promover uma mudança de mentalidade” que reconheça a mobilidade como um direito fundamental e uma condição indispensável para a plena inclusão social.
Afirmou que a “mobilidade é uma peça central para a integração e autonomia das pessoas com deficiência visual”, permitindo-lhes realizar actividades diárias, trabalhar, estudar e participar da vida comunitária sem depender constantemente de terceiros.
O objectivo da associação, reforçou, é “garantir que cada pessoa cega possa viver de forma independente”.
O presidente da Adevic apelou ainda às autoridades nacionais e locais para que adoptem medidas “concretas de acessibilidade”, nomeadamente a remoção de barreiras físicas nos centros urbanos e a criação de infra-estruturas adaptadas em todo o território nacional.
Para Monteiro, preparar cidades, vilas e comunidades com acessos adequados é “essencial” para que as pessoas com deficiência visual possam usufruir dos mesmos direitos de mobilidade e independência que o restante da população.
CG/SR//ZS
Inforpress/Fim
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