Porto Inglês, 07 Mar (Inforpress) - O ex-emigrante da ilha do Maio Alberto Gonçalves Fernandes, que trabalhou na Europa por mais de 40 anos, está de regresso à terra natal com firme propósito de investir na agricultura.
Em conversa com a Inforpress, Alberto Gonçalves Fernandes assegurou que a paixão pela prática de agricultura veio desde a adolescência, altura em que começou a trabalhar estimulado pelo pai, que também era agricultor.
Alberto Gonçalves Fernandes fez saber que aos 18 anos teve que deixar a terra natal à procura de melhores condições de vida.
Todavia, mesmo estando na emigração, contou que nunca perdeu a sua paixão pela agricultura, porque durante esse período de vai e vem construiu uma horta em um outro sítio e sempre que regressava de férias praticava a actividade agrícola.
Estando agora na reforma, Alberto Gonçalves Fernandes disse estar a dedicar e a apostar na produção agrícola, salientando que este ano começou a produção de aguardente, após ter realizado "avultados investimentos", nos vários equipamentos exigidos pela entidade reguladora.
Aquele ex-emigrante frisou que antes de emigrar teve a oportunidade na companhia do pai de produzir aguardente no perímetro agrícola de Lagoa, razão pela qual está a apostar neste ramo que tem uma forte ligação.
Por estar a iniciar as suas actividades, Alberto Gonçalves Fernandes perspectiva uma boa produção e proporcionar aos maienses e não só um produto de "boa qualidade", informando que já começou a receber solicitações por parte de alguns emigrantes.
A mesma fonte manifestou a sua preocupação, dizendo que a lei deveria ser revista quanto à data do início e término da produção anual, uma vez que a produção de cana ocorre durante todo ano.
"Poder-se-ia permitir o início da produção de aguardente a partir de Novembro para que em Dezembro seja possível colocar no mercado, uma vez que é nesta altura que os emigrantes regressam à terra e querem encontrar o produto para consumirem e para levarem", sugeriu.
Além disso, defendeu que seria melhor colocar os agentes fiscais no terreno durante o ano todo para recolherem informação se um produtor possui cana suficiente para produzir e a partir de ali passar uma licença por um período necessário.
"Isso também contribuiria para a criação de emprego por mais tempo", argumentou lembrando que para produzir aguardente hoje em dia é preciso fazer avultados investimentos para cumprir as regras e apresentar um produto de qualidade.
Aquele ex-emigrante fez saber igualmente que a construção da unidade de produção de aguardente teve também a preocupação de abarcar todos os agricultores da Ribeira Garça na localidade de Figueira, aliás frisou que todos estão satisfeitos com o investimento feito.
Alberto Gonçalves Fernandes exorta os emigrantes e mesmos os que se encontram na reforma a investirem na agricultura ou em áreas que mais dominam, de modo a continuarem a ajudar no desenvolvimento da ilha.
Por seu lado, Carlos Varela Almeida, que antes se dedicava à pesca, mas que há mais de seis anos dedica-se à agricultura na Ribeira Garça, expressou a sua gratidão pela possibilidade que estão a ter, a partir deste momento, de poderem vender a cana-de-açúcar ou produzir.
Lembrou que antes, caso quisessem vender ou até produzir alguma quantidade de aguardente num dos dois trapiches existentes na ilha, teriam que arcar com os custos de transportes e ainda dividir ao meio com os donos, por isso enalteceu a coragem do investidor.
WN/ZS
Inforpress/Fim
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