Porto Inglês, 20 Mai (Inforpress) – O investigador Vitor Tomé defendeu hoje, durante uma “roda de conversa”, na ilha do Maio, a necessidade de regulação da Inteligência Artificial (IA), alertando que esta tecnologia irá substituir “muita mão-de-obra”, sobretudo em tarefas repetitivas.
“A Inteligência Artificial vai, seguramente, substituir muita mão-de-obra, especialmente em tarefas rotineiras e repetitivas. No entanto, nas áreas criativas e altamente especializadas, como o ensino, a medicina ou a engenharia, ela pode ser uma ferramenta complementar, mas não creio que vá substituir totalmente os profissionais a curto ou médio prazo”, explicou.
Segundo o investigador, é essencial que os países adotem políticas de regulação da IA, à semelhança do que já está a acontecer em várias partes do mundo, para que o avanço tecnológico não comprometa direitos fundamentais nem agrave desigualdades sociais.
“Precisamos não só de regulamentar, mas também de capacitar a população. A literacia digital é indispensável para que as pessoas saibam utilizar estas ferramentas de forma ética, crítica e responsável, sem colocar em causa liberdades como a de expressão ou o direito à informação”, defendeu.
Durante os encontros que manteve com a comunidade educativa da ilha, Vítor Tomé constatou que o uso da IA já é uma realidade no meio escolar, com alunos e alguns professores a recorrerem, por exemplo, ao ChatGPT para auxiliar nos trabalhos académicos e na organização de tarefas.
Apesar dos desafios que a IA impõe, sobretudo em termos éticos e na investigação científica, o especialista sublinhou que esta tecnologia oferece inúmeras vantagens, com potencial de impacto positivo em áreas como a educação, a saúde e o combate à desinformação.
Vitor Tomé é jornalista, docente universitário, formador e perito do Conselho da Europa e da Comissão Europeia, com vasta experiência em mediação digital e literacia mediática.
RL/CP
Inforpress/Fim
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