Tarrafal, 05 Dez (Inforpress) – A Organização não-Governamental (ONG) Lantuna já registou cerca de 181 ninhos de tartarugas marinhas durante a actual temporada de desova nas praias no município do Tarrafal de Santiago, que encerrou no final de Novembro.
A informação foi avançada à Inforpress pela coordenadora do Programa de Conservação das Tartarugas Marinhas no município do Tarrafal de Santiago, da Associação Ambiental Lantuna, Mediana dos Reis, explicando que desses ninhos, 113 foram registados na praia de Ribeira da Prata e os restantes na praia de Vila do Tarrafal, Mangui, Trás-os-Montes e Fazenda, praias onde também fizeram a patrulha.
Segundo a ambientalista, a campanha de monitorização decorreu “de forma satisfatória”, com a “colaboração activa” de membros da comunidade local e voluntários, que participaram tanto na patrulha das praias como nas actividades de sensibilização.
Entretanto, realçou que um dos maiores desafios que normalmente enfrentam nesta época é a panha das tartarugas, aproveitando a ocasião para deixar um apelo em nome de todas as ONG ambientais que actuam na protecção e conservação das tartarugas, para toda a sociedade, principalmente aos pescadores, para protegerem esta espécie.
É que, segundo Mediana Reis, nesta temporada a equipa de patrulha conseguiu fazer três resgates de tartarugas que escaparam da morte, sendo que duas foram capturadas e colocadas num local para depois serem apanhadas, mas a sua equipa chegou a tempo e encontrando-as com vida devolveram-nas ao mar e outra na altura da sua captura os guardas apareceram e os meliantes acabaram por desistir e fugir.
Durante esta época, a associação fez várias campanhas de sensibilização no sentido de alertar a população sobre a importância da preservação das tartarugas marinhas, realizadas em diversas localidades do município, visando promover a consciencialização para que a população não capture nem consuma carne de tartaruga.
A Lantuna, conforme avançou, incentiva também a denúncia de qualquer actividade ilegal relacionada à captura ou comércio das tartarugas.
Com o término desta época, a Lantuna continua com os seus projectos de monitorização da Garça-vermelha e está também a trabalhar num projecto da Biosfera para a produção de um Atlas de Aves Nidificantes em Cabo Verde.
Em Cabo Verde, a protecção das tartarugas marinhas é regida por leis que visam a conservação dessas espécies, como a Lei nº 99/V/99. Esta legislação proíbe a captura, comércio, consumo e qualquer actividade que possa ameaçar as tartarugas ou os seus ninhos.
Nos últimos anos, o Governo e organizações ambientais têm reforçado a aplicação dessas leis, com o apoio de campanhas de sensibilização e a vigilância das praias.
Cabo Verde é um dos maiores locais de desova da tartaruga-boba (Caretta caretta), e as acções de protecção são essenciais para garantir a sobrevivência desta espécie ameaçada.
MC/ZS
Inforpress/Fim
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