Ilha do Sal: Manifestação cívica do movimento "Di Povo pa Povo" com baixa adesão

Espargos, 11 Out (Inforpress) – O movimento cívico e apartidário "Di Povo pa Povo" que aconteceu em simultâneo um pouco por todo país, visando consciencializar a população sobre problemas pelos quais o povo passa, registou uma fraca adesão por parte dos salenses.

O evento, que teve como objectivo consciencializar a população cabo-verdiana sobre diversas questões sociais e de governação, foi marcado pela tranquilidade e pela ausência de incidentes, conforme frisaram os organizadores.

Apesar da baixa participação, a organização sublinhou a importância do acto para o dever cívico e a transparência.

Em entrevista à margem da manifestação, Dalila Lopes, membro da organização local, realçou o carácter "Di Povo pa Povo" do movimento.

"É um movimento apartidário que visa a consciencialização do povo cabo-verdiano para as situações que temos vindo a viver, não só na ilha do Sal, mas em todo o país," explicou.

Na ilha do Sal, a manifestação trouxe à tona várias preocupações específicas que afectam a vida dos salenses. 

Dalila Lopes mencionou questões como o estado das estradas, a prostituição infantil, problemas na saúde e no fornecimento de electricidade.

A activista fez questão de destacar que a iniciativa vai além da crítica, tendo uma forte componente pedagógica.

"Queremos sempre lembrar a importância do dever cívico," afirmou Dalila Lopes, remetendo para o elevado número de abstenções nas últimas eleições.

"Queremos mostrar às pessoas o quão importante essa luta é, não apenas para criticar. É para ensinar também aos nossos filhos o quão importante é o dever de votar, o quão importante é não ficarmos calados”, adiantou.

Apesar da fraca adesão, Dalila Lopes considerou a primeira manifestação do movimento na ilha um passo “importante”.

"Não tivemos um número grande de pessoas, mas para a primeira desse movimento, as pessoas que participaram demonstraram que não estão de acordo com certas situações," disse.

O protesto decorreu de forma ordeira, sem confusões ou violência, e com a garantia da organização de que nenhuma bandeira partidária foi levantada.

"Simplesmente queremos mais transparência e lembrar as pessoas que não somos uma geração perdida e que queremos dar o nosso contributo para a nossa terra", concluiu a membro da organização, reforçando o carácter pacífico e construtivo do "Di Povo pa Povo".

NA/ZS

Inforpress/Fim