Espargos, 01 Abr (Inforpress) – A Câmara Municipal do Sal reuniu-se hoje com os músicos locais para auscultar as suas preocupações e sugestões por forma a encontrarem soluções para os problemas que afectam a classe.
Um momento dedicado exclusivamente aos músicos que actuam na ilha do Sal, que durante cerca de três horas discutiram vários assuntos que têm vindo a inquietar a classe, principalmente a lei que estabelece um novo horário para música ao vivo nos bares e restaurantes.
Conforme o representante do grupo, Sandro Pimentel, essa é uma preocupação de todos os que actuam nesta área já que esta nova lei não permite a estes acumularem serviços que garantem os seus rendimentos.
“Repentinamente é feita uma alteração da lei municipal, que foi através de queixas da Associação de Comunidade, que embora reclamem do ruído, nunca foi responsabilidade dos músicos porque os músicos tocam dentro dos lugares e é controlado”, explicou.
Para Sandro Pimentel, ao reduzir o horário, que a seu ver é “sem lógica”, de um espaço onde a música gera um horário de consumo, está a afectar mais de 70% da massa de consumidores que procuram os espaços de música ao vivo a essa hora e um grande número de trabalhadores.
“A maior movimentação é depois das 22 horas que as pessoas começam a chegar nos espaços e é nestas horas que tem maior consumo, por isso essa inquietação já que muitos espaços dobram de funcionários para poderem responder à demanda que tem nessas horas”, continuou.
Neste sentido, sublinhou que é preciso que os músicos na ilha do Sal se unam e começem a andar juntos, adiantando que a classe precisa unir-se em associação assim como acontece com outras classes.
Concluiu afirmando que a sua maior preocupação é a falta de regularização da camada profissional de músicos que ainda trabalham por prestação de serviços e em caso de redução dos serviços por causa do novo horário vai afectar várias classes.
Por sua vez, a vereadora responsável pela pasta da cultura, Viviana Mendes, destacou que este primeiro encontro com os músicos da ilha foi no sentido de auscultar os músicos e entender como tem funcionado a classe no Sal, assim como levar algumas sugestões.
“Tivemos aqui várias preocupações expostas, mas a questão da licença de música que vai de acordo com a lei municipal de ruídos que vai até as 23:30, tem causado um descontentamento por parte dos músicos que estão acostumados a estender a parte cultural noite dentro”, sublinhou.
Para Viviana Mendes todas as questões colocadas pela classe, “foram ouvidas com muita atenção”, comprometendo a levar essas questões para as instâncias de direito.
“No fundo, há um conflito de interesses, porque também há muita reclamação de ruído, mas a classe precisa também de ter os argumentos e analisar todas as perspectivas para podermos ter uma harmonia e de forma que todos saiam a ganhar”, explicou.
A mesma fonte disse que a promessa que sai daqui do encontro é fazer uma “aproximação de todas as partes interessadas” e tentar encontrar uma harmonia para chegar a um bom porto.
O encontro contou com uma sala cheia de músicos que estiveram atentos às sugestões do pelouro da cultura, mas que também levantaram várias questões importantes para o desenvolvimento e valorização do sector musical na ilha do Sal.
NA/HF
Inforpress/Fim
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