Cidade da Praia, 28 Mar (Inforpress) – O Instituto Cabo-verdiano para Igualdade e Equidade do Género (ICIEG) assinou hoje um protocolo tripartido com a Fundação Religioso para Saúde (FRS) e os Irmão Capuchinhos para abertura de três casa de acolhimento de vítimas de VBG.
Financiado pela Cooperação Espanhola no valor de 435 mil euros (cerca de 48 mil contos), Marisa Carvalho considerou, no acto de assinatura na cidade da Praia, que em um momento particularmente difícil para a sociedade cabo-verdiana, o projecto vai melhorar a capacidade de resposta à necessidade de casas de abrigo para mulheres vítimas de violência baseada no género.
Marisa Carvalho garantiu que as estruturas vão beneficiar mulheres em situação de vulnerabilidade económica e social, indo ao encontro da lei contra VBG, que estipula a existência de casas de abrigo para acolher as vítimas e os seus dependentes.
“O projecto vai ser implementado em Santiago, Fogo e Santo Antão, são três espaços previsto, hoje estamos aqui a assinar os espaços para Santo Antão e Fogo. É um protocolo tripartido que conta com a parceria das autarquias locais, cada um com as suas responsabilidades” avançou, adiantando que já tem um regulamento com os critérios de selecção e acesso às casas de acolhimento.
O protocolo, explicou a presidente do ICIEG, além de espaços de acolhimento, contempla acção integral de formação, capacitação e apoio emocional às mulheres.
O presidente da Fundação Padre Ottavio Fasano e representante dos Irmãos Capuchinhos, Frei Gilson, realçou que o projecto apenas “vem coroar” o percurso da congregação religiosa na promoção da autonomia da mulher.
Conforme asseverou, foi criada uma casa de acolhimento de vítimas de VBG no município de São Filipe, na ilha do Fogo, que se encontra na fase de reabilitação e ampliação da estrutura para dar uma resposta mais “efectiva” à matéria.
Em Santa Cruz, ilha de Santiago, outra casa de acolhimento que funciona desde 2008 que acolhe mulheres em situação de vulnerabilidade, passou a acolher igualmente vítimas de abuso sexual e os seus filhos.
“Com este projecto ampliamos o horizonte e vamos construir, de raiz, uma casa para acolher vítimas de VBG, as obras já estão em curso e esperamos poder inaugurar brevemente com condições específicas para receber e acompanhar às vítimas de VBG e como estamos a ver estes dias, os testemunhos são fortes”, disse.
Por seu lado, a coordenadora da Fundação Religiosa para Saúde, Victoria Soeane, reiterou que o objectivo é dar assistência às vítimas e implementar acções de prevenção e sensibilização nas escolas secundárias e ensino superior em parceria com o ICIEG.
A primeira parte do projecto, ressaltou, concentra na capacitação dos técnicos que atendem directamente os casos como Policia Nacional, Tribunal da Justiça, Ministério da Saúde, Bombeiro e Protecção Civil.
O projecto, explicitou Victoria Soeane, garante ainda o empoderamento económico das mulheres, estando neste momento 25 mulheres da comunidade de Santa Cruz numa formação em corte e costura para a criação de uma cooperativa.
LT/CP
Inforpress/Fim
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