Bissau, 18 Jul (Inforpress) – A XV Cimeira de Chefes de Estado e de Governo da Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP) decorre hoje em Bissau com a tónica na segurança alimentar e numa organização com mais ação além da retórica.
A cimeira, que marca a transição da presidência da comunidade de São Tomé e Príncipe para a Guiné-Bissau, tem confirmadas as presenças de cinco presidentes da República e de dois primeiros-ministros.
Esta será a primeira vez, em 29 anos da organização de países de língua portuguesa, que Portugal não está representado ao mais alto nível, cabendo ao ministro dos Negócios Estrangeiros, Paulo Rangel, representar o país.
Além do anfitrião, o chefe de Estado guineense, Umaro Sissoco Embaló, estão em Bissau os Presidentes de Timor-Leste, José Ramos Horta, de Cabo Verde, José Maria Neves, de Moçambique, Daniel Chapo, e de São Tomé e Príncipe, Carlos Manuel Vila Nova.
A cimeira decorre nas instalações do Ministério dos Negócios Estrangeiros da Guiné-Bissau, e o programa integra, além da troca formal da presidência da organização, a apreciação de recomendações e votação de projetos.
Os chefes de Estado e de Governo vão eleger o novo secretário executivo da CPLP para o período de 2025 a 2027, sendo que Angola propôs a diplomata e ex-ministra angolana Maria de Fátima Jardim para substituir o timorense Zacarias da Costa.
A cimeira será palco do debate político sobre “A CPLP e a Soberania Alimentar: Um Caminho para o Desenvolvimento Sustentável”, o tema escolhido pela Guiné-Bissau para os próximos dois anos na presidência da comunidade.
Para o Governo guineense, garantir a soberania alimentar no espaço da CPLP “é mais do que assegurar a produção de alimentos, é garantir a dignidade dos povos, a resiliência das nações e a estabilidade das sociedades”.
O país africano promete, na presidência da CPLP, uma organização de ação e rejeita a ideia de que a instabilidade política no país possa afetar os dois anos de mandato.
Na cimeira de Bissau será ainda entregue o prémio “José Aparecido de Oliveira” a Maria do Carmo Silveira, anterior secretária executiva da CPLP, e a Joaquim Chissano, antigo Presidente da República de Moçambique.
O prémio, em honra do ex-embaixador do Brasil em Lisboa que se empenhou na criação da CPLP, foi instituído em 2011 para reconhecer e homenagear personalidades e instituições que se distingam na defesa, valorização e promoção dos princípios, valores e objetivos da CPLP.
Inforpress/Lusa
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