Governo distingue Carlos Moreira com Medalha de Mérito Cultural a título póstumo

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Governo distingue Carlos Moreira com Medalha de Mérito Cultural a título póstumo
02/12/25 - 01:40 pm

Cidade da Praia, 02 Dez (Inforpress) – O Governo distinguiu, a título póstumo, o artista plástico e activista cultural Carlos Gonçalves com 2.º Grau da Medalha de Mérito Cultural pelo contributo relevante que prestou à cultura e à promoção da identidade cabo-verdiana na diáspora.

De acordo com a nota, a condecoração, atribuída por despacho do primeiro-ministro, Ulisses Correia e Silva, destaca o percurso singular do artista nascido na ilha de Santiago em 1954e falecido em 2002, cuja obra e intervenção cultural marcaram profundamente a comunidade emigrada, sobretudo em França, onde se afirmou como referência da gravura e das artes visuais.

Formado nas Escolas Superiores de Belas Artes de Lisboa e de Lyon, depois de uma breve passagem pela Agronomia, Carlos Moreiraintegrou-se plenamente na comunidade artística francesa, expondo, ensinando e colaborando com instituições e criadores de renome em França, Suíça e Portugal.

O seu trabalho valeu-lhe reconhecimento internacional, incluindo menções da France Culture e do jornal francês Le Monde, que sublinharam a força expressiva da sua obra.

Co-fundador e primeiro presidente da Associação Alliance Capverdienne de Lyon, Carlos Moreira teve igualmente um papel decisivo na dinamização cultural da diáspora, organizando eventos, fortalecendo laços comunitários e promovendo a identidade cabo-verdiana.

A própria associação baptizou a sua sede como “Espace Carlos Moreira”, homenagem duradoura ao impacto da sua acção.

Para além das artes visuais, destacou-se como actor, ilustrador e conferencista, sendo autor de obras como Cap-Vert, Notes Atlantiques (1997), que combina gravura, fotografia e poesia numa abordagem estética profundamente enraizada no imaginário cabo-verdiano.

O Governo sublinha que Carlos Moreira foi reconhecido, em vida, pela imprensa de Cabo Verde e de França como um “inesgotável embaixador cultural do seu país”, expressão do etnólogo Jean-Yves Loude, que acompanhou de perto o seu percurso.

A distinção agora atribuída pretende, de acordo com o despacho, expressar a gratidão do Estado cabo-verdiano pela relevância excecional do legado artístico e pela marca indelével que deixou na diáspora e no prestígio cultural do país a nível internacional. 

CM/AA

Inforpress/Fim

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