Futebol: São-vicentinos orgulhosos da selecção cabo-verdiana que “fez a pele arrepiar-se”

Mindelo, 13 Out (Inforpress) – Os são-vicentinos mostraram-se hoje orgulhosos da selecção cabo-verdiana que, pela primeira vez, se qualificou para um Campeonato do Mundo de futebol ao vencer a selecção da Eswatini, por 3-0, num jogo de “fazer a pele arrepiar-se”.

Foram várias as pessoas, desde crianças de tenra até à terceira idade, que se deslocaram ao pontão da praia da Laginha para assistirem o jogo, na tela gigante colocada no espaço, e que não se desmobilizaram nem mesmo com o sol abrasador.

Mesmo antes do apito dos 90 minutos começou-se a festa.

Em cada canto de São Vicente só se ouviam gritos, apitos, música e muita alegria de um povo que sente um “orgulho enorme” por pertencer a este país pequeno, mas que já fez história, tal como desabafou Carina Domingos.

Aldair Brito também acredita ser “algo único” de uma selecção que espera ir ainda muito além.

Já Miriam Medina considerou ser “coisa de outro mundo” esta vitória de Cabo Verde.

“É uma sensação louca. Conseguimos chegar ao Mundial”, vociferou a jovem.

David Almada disse ter ficado várias vezes arrepiado com as prestações dos jogadores, que “conseguiram realizar o sonho de um povo”,

“Somos pequenos, mas somos grandes no coração. Muito orgulho do meu povo, orgulho dos jogadores. Isto é de todos nós, Cabo Verde no Mundial”, considerou.

O mesmo sentimento de orgulho também transmitido por Dorian Lima, para quem “se Cabo Verde tivesse mais gente, nem América, nem China, levariam a melhor sobre o país”, disse o jovem, entre risos.

O golo inaugural do avançado Daylon Livramento, a nova “coqueluche” do futebol cabo-verdiano, apontado aos 48 minutos, espevitou a fúria dos “Tubarões Azuis”, nome pela qual é conhecida a selecção de Cabo Verde, que, volvidos seis minutos, aumentou o “score” por intermédio de Willy Semedo (54’).

Já no cair do pano, aos 90+01 minutos, o veterano e regressado defesa Stopira fechou a qualificação, com um golo festejado de forma contagiante.

Cinco séculos e meio após o seu descobrimento, mais precisamente 565 anos do seu achamento atribuído, historicamente, aos descobridores Diogo Gomes e Anthony da Noli, Cabo Verde marca presença inédita do Mundial de 2026, a ser disputado nos Estados Unidos da América (país que agrupa a maior comunidade cabo-verdiana na diáspora), México e Canadá.

Também já estão qualificadas outras selecções africanas como Argélia, Marrocos, Tunísia, Egipto e Gana.

LN/HF

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