Cidade da Praia, 20 Out (Inforpress) – A docente Alexandrina Cardoso, da Escola Superior de Enfermagem do Porto (ESEP), realçou hoje que os países da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) enfrentam desafios comuns na melhoria dos indicadores de saúde materna e infantil.
Em declarações à margem da cerimónia de abertura da Especialização em Enfermagem de Saúde Materna e Obstétrica (EESMO), promovida pela Universidade de Cabo Verde (Uni-CV), sublinhou que esta formação especializada é “fundamental” para alcançar os Objectivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) definidos pela ONU.
Segundo a docente, apesar dos progressos registados, os países lusófonos ainda precisam reduzir as taxas de mortalidade materna e infantil e reforçar a qualidade dos cuidados prestados às mulheres e às crianças.
“Os países da CPLP foram desafiados pela ONU (…) apesar de já ter bons indicadores, precisa também melhorar estes indicadores, quer em termos da saúde da mulher e da criança, em termos da mortalidade materna e infantil”, disse, enfatizando que ainda há muito aspectos a melhorar.
Alexandrina Cardoso acrescentou que os cuidados prestados por enfermeiros especializados nessa área “têm impacto comprovado” na melhoria de dezenas de indicadores de saúde.
Segundo a docente, a Organização Mundial da Saúde (OMS) reconhece que mais de 50 indicadores de saúde apresentam “ganhos significativos” quando os cuidados são prestados por enfermeiros com formação em obstetrícia.
“Para prestar estes cuidados, precisamos de enfermeiros bem preparados, precisamos de enfermeiros que tenham uma formação altamente qualificada”, referiu, sublinhando a importância da iniciativa.
A responsável da ESEP destacou a cooperação entre Cabo Verde e Portugal, frisando que este é o primeiro curso de especialização em enfermagem obstétrica criado no país, desenvolvido com o apoio da Escola Superior de Enfermagem do Porto, instituição com longa experiência na área.
Alexandrina Cardoso realçou ainda que, embora as orientações internacionais sirvam de referência, cada país deve adaptar os cuidados de saúde ao seu contexto sociocultural, uma vez que existe sempre uma dimensão simbólica e cultural que precisa ser ajustada.
Para a especialista, a consolidação da enfermagem obstétrica nos países da CPLP representa um passo essencial para garantir cuidados equitativos, culturalmente adequados e baseados em evidências científicas, reforçando o papel das mulheres e dos profissionais de saúde na promoção de sociedades mais saudáveis.
LT/ZS
Inforpress/Fim
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