Economista defende diversificação do sector dos serviços para melhor integração regional

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Economista defende diversificação do sector dos serviços para melhor integração regional
22/05/24 - 06:36 pm

Cidade da Praia, 22 Mai (Inforpress) – O economista e PCA da PD Consult, Paulino Dias, defendeu hoje que Cabo Verde deve diversificar o sector dos serviços de modo que a economia cabo-verdiana continue a crescer e potencie a integração regional.

Durante a sua intervenção na conferência internacional sobre “os desafios e oportunidades da integração económica em África”, promovida pelo ministério dos Negócios Estrangeiros, Cooperação e Integração Regional, no âmbito do Dia da África, assinalado a 25 de Maio, realçou que a integração deverá acontecer no terreno de forma prática e mobilizar pessoas e empresas.

"Efectivamente há oportunidades no continente africano e a análise dessas oportunidades advém de dados muito claros e de evidências muito concretas relativamente a estas oportunidades”, referiu o responsável.

Paulino Dias reconheceu que a África enfrenta ainda muitos desafios a nível da habitação, acesso à energia, a geração de emprego e não só, mas sublinhou que muitos desses desafios podem ser oportunidades para economias pequenas como a de Cabo Verde.

"Cabo Verde é uma economia de serviços. Sessenta e três por cento (%) da nossa economia é baseada em serviços, portanto, quando falamos da internacionalização da economia cabo-verdiana, estamos a falar, sobretudo, da internacionalização do sector dos serviços cabo-verdiano em que se inserem empresas como a nossa”, apontou.

Avançou que o modelo económico de Cabo Verde está esgotado, segundo o Banco Mundial, a produtividade média cabo-verdiana tem vindo a decrescer e o país tem perdido terreno relativamente a outros países comparáveis.

Isso, segundo o economista, interpela a todos a uma profunda reflexão como é que Cabo Verde deverá crescer nos próximos anos porque precisa crescer.

"O argumento que eu tenho defendido é que a integração no continente africano poderá e deverá ser um dos caminhos para repensarmos o modelo de crescimento da economia cabo-verdiana e a integração de Cabo Verde no continente africano é importante nesta perspectiva", disse.

Tendo em conta que um dos pilares do crescimento da economia cabo-verdiana é o sector de serviços, propôs a diversificação deste sector, lembrando que o mercado regional africano dispõe de um potencial extraordinário que pode servir para alavancar a economia cabo-verdiana.

Acrescentou ainda que Cabo Verde é muito pouco competitivo ainda no sector industrial relativamente a outros países.

"O turismo representa 25% do nosso PIB, muitas pessoas saúdam isso, mas eu vejo com alguma preocupação porque a excessiva dependência do PIB relativamente a um sector, torna a economia profundamente vulnerável e a covid-19 veio nos mostrar a dimensão da vulnerabilidade da economia cabo-verdiana relativamente ao turismo”, explicou.

Na ocasião, avançou ainda que o sector privado em África enfrenta ainda outros desafios que passam pela desconfiança, preconceito, infra-estruturas de serviços e governança.

O dia 25 de Maio, é amplamente reconhecido em todo o mundo e especialmente em África como o mês/dia da África, uma efeméride dedicada a comemorar a unidade africana e a diversidade africana, assim como o estabelecimento da fundação da Organização da Unidade Africana (OUA) em 1963, que mais tarde se tornou a União Africana (UA) em 2002.

O mês constitui também um momento de celebração do 49º aniversário da criação da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO), com o tratado de Lagos, em 28 de Maio de 1975.

AV/HF

Inforpress/Fim

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