Cidade da Praia, 25 Out (Inforpress) – A directora nacional da Saúde disse hoje que os procedimentos de sepultamento de peças anatómicas seguem um conjunto de protocolos sujeitos a falhas humanas, tendo garantido que não houve “má intenção” do hospital no “desaparecimento” do recém-nascido.
Em entrevista à imprensa após uma visita ao Centro de Saúde de Ponta D 'Água, Ângela Gomes, avançou que no caso do sepultamento do bebé, foram determinadas equipes nacionais para fazerem a avaliação de todo o processo da gestante durante o contacto com o sistema.
Conforme realçou, não houve quaisquer indícios de “má fé”, avançando que outros esclarecimentos poderão ser apresentados por outras instâncias.
Sobre a classificação de nado-morto a um recém-nascido de dois meses de vida, esclareceu que foi feita uma análise exaustiva com produção de documentos, destacando que as instituições de saúde têm a competência para realizar o próprio inquérito, como foi apresentado na tarde de quinta-feira em conferência de imprensa.
Segundo Ângela Gomes, a Direcção Nacional da Saúde é o responsável por orientar a nível dos planos estratégicos, directrizes e protocolos, enfatizando que os protocolos e assistência ao atendimento nos cuidados primários de saúde às grávidas nos centros e serviços hospitalares “são claros” e são “rigorosamente seguidos”.
“Naturalmente que cada instituição tem a sua autonomia, principalmente os hospitais centrais de criar equipas e fazerem avaliações internas. A nível nacional temos as comissões de investigação de morte materna e infantil que estão a ser reactivadas”, afirmou.
Aquela directora frisou ainda que foi feito o levantamento das informações da gestante desde o pré-natal até o desfecho do caso, e o diagnóstico aponta para “complicação grave” que, consoante vários países, a taxa de sobrevivência é muito baixa, de acordo com as informações da directora clínica do Hospital Universitário Agostinho Neto, Hirondina Borges.
No dia 30 de Setembro, Maria Tavares e Danielson Vaz, pais de um par de gémeos, manifestaram o seu desagrado com o hospital da Praia, depois de terem conhecimento de que o corpo do bebé desapareceu da estrutura hospitalar.
Os gémeos nasceram prematuramente em Julho e um dos bebês morreu após o parto e o outro ficou internado durante dois meses e veria a falecer.
LT/ZS
Inforpress/Fim
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