Cidade da Praia, 12 Set (Inforpress) – Os deputados do Movimento para a Democracia (MpD, poder), eleitos pelo círculo eleitoral de Santiago Sul, insurgem-se contra a alegada venda irregular de terrenos da Babilónia, considerando ser um roubo ao município e uma “negociata de extrema gravidade”.
Em nome do grupo parlamentar do MpD, Luís Carlos Silva falava à imprensa em reacção às declarações do presidente da Câmara Municipal da Praia, Francisco Carvalho, relativamente ao denominado “caso Babilónia”, em que está em causa a venda de património do Estado, incluindo imóveis, terrenos e uma estrada, que, conforme disse, “não pertencem à esfera da Câmara Municipal da Praia”.
Contrariamente às declarações do autarca Francisco Carvalho, Luís Carlos Silva reiterou que o Governo tem posse efectiva de Babilónia há mais de 40 anos.
O deputado exibiu, na ocasião, um documento, uma escritura doação de quatro lotes de terrenos, rubricada por Francisco Carvalho e com carimbo da Câmara Municipal da Praia, em que a segunda outorgante, Cláudia Virgínia Freitas Ramos Felicidade, fica incumbida de proceder a alienação dos lotes para liquidação da dívida com a empresa Enlevo em mais de 167 milhões de escudos.
Por isso, reiterou a mesma fonte, trata-se de “uma negociata de extrema gravidade e um roubo ao município".
“A forma como o presidente da Câmara Municipal da Praia optou para fazer essa negociata é de extrema gravidade. Só o terreno da Babilónia dava para pagar a totalidade da dívida com a Enlevo. Estamos perante um processo ruinoso para o município, um roubo para a cidade da Praia, para os praienses e um roubo para Cabo Verde”, denunciou.
Luís Carlos Silva disse ainda que tendo a câmara um terreno que poderá custar à volta dos 500 mil contos, podia vendê-lo directamente no mercado, pagar as dívidas com a Elevo, e com o saldo restante, resolver outros problemas do município.
“O segundo outorgante é uma camarada da Câmara Municipal da Praia, que recebe os terrenos para comercializar no mercado, para depois entregar 167 mil contos à Elevo. Onde vai parar o saldo”, questionou.
SC/AA
Inforpress/Fim
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