Crescimento do país está longe de beneficiar os cabo-verdianos e de transformar o sector privado - UCID

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Crescimento do país está longe de beneficiar os cabo-verdianos e de transformar o sector privado - UCID
09/12/25 - 01:22 pm

Mindelo, 09 Dez (Inforpress) – A União Cabo-verdiana Independente e Democrática (UCID, oposição) considerou hoje, no Mindelo, que o crescimento do país “não é visível” na vida dos cabo-verdianos e “não têm transformado” o sector privado.

Uma posição manifestada pela deputada Dora Pires, em conferência de imprensa de antevisão à sessão ordinária da Assembleia Nacional, que arranca na quarta-feira, 10, na cidade da Praia.

Em pauta vão estar os debates com o ministro da Promoção do Investimento e Fomento Empresarial e com o ministro da Modernização do Estado e da Administração Pública, entre outros temas.

Segundo a deputada, o país continua a ter empresas com dificuldades de afirmação e crescimento, o que dificulta a criação de mais postos de trabalho para evitar que os jovens saíssem do País à procura de uma vida melhor.

Por isso, Dora Pires disse que a UCID vai questionar, no debate parlamentar, que investimentos foram feitos nestes últimos anos em Cabo Verde e que medidas, acções e incentivos financeiros, políticos e técnicos, foram tomados para estimular o desenvolvimento e o fortalecimento do ambiente de negócios.

Conforme a parlamentar, o partido quer saber também que apoios foram dados em relação a empréstimos, visando subsídios e capital de risco, e que inovações e estruturações foram feitas para criar empregos e promover o desenvolvimento económico.

“Em relação ao fomento empresarial, precisamos de um Governo mais actuante, que apoie na realidade as empresas a instalarem-se, produzirem e depois pagarem o Imposto sobre o Valor Acrescentado (IVA). Pagar IVA sem ter lucro, sem ter retorno do que foi investido, não é saudável para uma empresa que está a iniciar”, argumentou.

Segundo a deputada, São Vicente reclama da falta de matéria-prima porque a chegada, via marítima, é morosa e, via aérea, terá de passar pela cidade da Praia até chegar ao destino, com vários prejuízos.

A mesma fonte revelou ainda que há queixas sobre o financiamento e juros elevados que chegam aos 07 por cento (%) além da concorrência que o Estado faz ao sector privado.

“O Governo, através da TradeInvest, assina com um privado um memorando em que este irá colocar navios adequados no trajecto Brava/Fogo/Brava e Fogo/Praia/Fogo, e logo depois desta assinatura autorizou a compra de um barco para a mesma linha”, criticou a deputada, para quem isto “é concorrência desleal”.

A UCID também vai pedir rapidez ao Governo na atribuição do apoio emergencial aos afectados pela tempestade Erin porque, sublinhou, já se passaram quatro meses desde a tempestade e para acudir à região de Santiago Norte e São Nicolau que também sofreram com as chuvas.

Em relação à modernização do Estado e da Administração Pública, afirmou que o País não tem sentido esta modernização.

“O sistema continua lento e a falhar constantemente, atrasando o andamento da função pública, que continua muito burocratizada, sem poder de decisão, porque tudo está concentrado na Praia”, considerou a mesma fonte, que mencionou ainda “profissionais desmotivados e sem humanização” no atendimento.

CD/AA
Inforpress/Fim

 

 

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