Ribeira Grande, 11 Out (Inforpress) – O coordenador do movimento “Di Povo pa Povo” em Santo Antão, Jordi Roca, defendeu hoje que “a democracia não pode ser apenas votar de quatro em quatro anos”, sublinhando a importância de uma cidadania mais participativa e activa.
Em declarações à Inforpress, Jordi Roca reconheceu que a primeira acção pública do movimento na ilha teve “pouca adesão do público”, mas considerou que isso já era expectável devido aos “preconceitos e formas de pensar” ainda presentes na sociedade santantonense.
“Infelizmente, a adesão foi muito reduzida. Já sabíamos da dificuldade nesta ilha, porque ainda existem alguns preconceitos e formas de pensar que considero também um aspeto semi-cultural. Não existe aqui o mesmo hábito que há noutras ilhas ou cidades, como o Mindelo ou na Praia, onde já há mais tradição neste tipo de activismo cívico”, afirmou.
Apesar disso, a mesma fonte garantiu que a iniciativa não vai parar e que o movimento pretende continuar activo nas redes sociais e nos meios de comunicação, com o objectivo de criar grupos de conversa e mobilizar mais cidadãos.
“Queremos unir as pessoas, mostrar que a democracia precisa de um povo activo e que só com união e pressão popular é possível promover mudanças”, frisou.
Como exemplo de que a acção cidadã pode gerar impacto, Jordi Roca recordou a recente situação relacionada com a tolerância de ponto concedida pelo Governo durante o jogo da selecção nacional.
“Houve algum barulho nas redes sociais, sobretudo de cidadãos descontentes, e logo a seguir o Governo rectificou e estendeu a medida a todo o país”, evidenciou, apontando o episódio como prova de que “o povo tem poder para fazer as coisas acontecerem”.
Segundo o coordenador do movimento “Di Povo pa Povo” em Santo Antão agora pretende dinamizar encontros e espaços de diálogo na ilha nas próximas semanas, com o objectivo de fortalecer a mobilização popular.
“Este foi apenas o primeiro passo. Daqui para a frente só queremos avançar. Não temos limites”, enfatizou.
O movimento “Di Povo Pa Povo (do povo para o povo)” surgiu da necessidade crescente de fortalecer a cidadania e reforçar o papel do povo para além do momento do voto e da forma como o povo de São Vicente reagiu à tragédia causada pela tempestade Erin.
LFS/ZS
Inforpress/Fim
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