Cidade da Praia, 08 Ago (Inforpress) - A questão da água segura e a viabilidade económica e financeira são alguns dos aspectos em análise para a linha marítima Praia-Dakar, disse hoje, na Praia, o director das Infra-estruturas da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO).
Chris Appiah falava à imprensa à margem de um ateliê de validação técnica para a formulação de relatórios preliminares sobre serviços de transporte marítimo entre Praia e Dakar, que decorre na capital cabo-verdiana.
Segundo o director das Infra-estruturas da CEDEAO, há uma equipa de consultoria que está a realizar um estudo de viabilidade com o objectivo de se ter em consideração alguns aspectos técnicos para a criação da linha marítima.
Chris Appiah mencionou que em decorrência de uma visita feita quarta-feira, ao Porto da Praia, notaram que se não houver uma água segura e sincretizada, o projecto pode “nunca iniciar”.
“A CEDEAO já colocou um arquitecto para trabalhar com os militares dos 15 países da sub-região para estabelecer aquilo que chamamos de o centro de coordenação multinacional marítimo. Precisamos fazer a monitorização das nossas águas para identificar que tudo esteja seguro”, disse.
Por outro lado, o administrador executivo da Empresa Nacional de Administração dos Portos (Enapor), Eduardo Santos, disse que no encontro vai ser apresentado o relatório correspondente à segunda fase do projecto e vai ser objecto de avaliação da comissão e dos representantes dos países.
Adiantou que vai se escolher a melhor alternativa que serve para a criação da linha marítima.
Neste caso, fazia referência à possibilidade de introduzir na linha um navio porta-contentores ou um navio Ro-Pax.
"No entanto, vai ser feita uma avaliação aprofundada e, na sequência da discussão, haverá resultados para ver qual é a melhor opção sobre o navio que deverá prestar o serviço nesta linha”, reforçou Eduardo Santos.
Conforme esta mesma fonte, se se optar por um navio porta-contentores os portos da Praia, Palmeira e Sal Rei têm “todas as condições” actualmente, mas se houver uma outra opção, as infra-estruturas dos portos terão que ser adaptadas.
“Depois vamos passar pela validação do caderno de encargos para o lançamento do concurso para a aquisição ou construção do navio e também há que analisar a forma como o projecto vai ser financiado”, indicou, sublinhando que ainda há um longo caminho a percorrer.
A ligação marítima da Praia a Dakar, uma vez operacional, espera-se que se torne uma conexão crucial no corredor Praia-Dakar-Abidjan-Lagos, que actualmente movimenta mais de 80 % do comércio e trocas económicas na região e tem o potencial de impulsionar o desenvolvimento económico da região da CEDEAO.
Participam destas reuniões que terminam na sexta-feira, representantes de países como Cote d’lvoire, Libéria, Serra Leoa, Guiné-Bissau, Guiné Equatorial, Gâmbia, Senegal e Cabo Verde.
OS/CP
Inforpress/Fim
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