Comunidade senegalense em Santa Catarina considera-se bem integrada e destaca a colaboração com as autoridades (c/áudio)

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Comunidade senegalense em Santa Catarina considera-se bem integrada e destaca a colaboração com as autoridades (c/áudio)
24/05/25 - 01:15 am

Assomada, 24 Mai (Inforpress) – A comunidade senegalense residente em Assomada, município de Santa Catarina, considera que se encontra “bem integrada” e ressalta a “boa colaboração” existente com as autoridades, mas também o acolhimento dos munícipes.

Para as comemorações do Dia Mundial da África, assinalado a 25 de Abril, a Inforpress falou com Lamine Diakhate, natural do Senegal, vice-presidente da Associação Senegalense e membro da Plataforma da Comunidade Africana de Santa Catarina, que destacou o papel activo dos imigrantes na comunidade e o fortalecimento dos laços de cooperação com as instituições cabo-verdianas.

Lamine, que vive em Cabo Verde há 12 anos, chegou ao arquipélago através de um amigo que já residia aqui e, desde então, construiu uma trajectória de sucesso no empreendedorismo, comandando uma empresa de costura (Aichatou Costura) fundada em 2018.

Com um espaço próprio e actualmente empregando seis pessoas de diferentes nacionalidades, incluindo de Senegal, Guiné-Bissau e Cabo Verde, ele reforçou que a sua história de crescimento é o resultado de apoio financeiro, empréstimos e parcerias com instituições como a MORABI, que facilitam o acesso a créditos para os cabo-verdianos, mas também para os imigrantes.

Segundo Lamine, a relação com as autoridades locais e até nacionais é “amistosa e de grande apoio”, especialmente com a Câmara Municipal de Santa Catarina e a Alta Autoridade para a Imigração.

Apesar de alguns desafios relacionados a atrasos na emissão de documentação dos imigrantes, principalmente na questão da nacionalidade, Lamine ressalta que o relacionamento tem sido de muito diálogo e compreensão, principalmente com a associação.

Neste sentido orienta os seus compatriotas e demais comunidades africanas residentes em Santa Catarina ou em outras regiões do país, a manterem a calma, a seguirem os procedimentos legais e a colaborarem de forma positiva com as instituições, evitando tensões e promovendo uma convivência harmoniosa.

Na sua visão, o povo cabo-verdiano é “acolhedor e aberto”, e a convivência entre diferentes nacionalidades é positiva. Disse ainda que a sua residência em Assomada é vista como uma espécie de sede comunitária, onde recebe pessoas de diversos países africanos para fortalecer os laços entre as comunidades.

Desde 2017, faz parte da associação de imigrantes do Senegal de Santa Catarina e tem actuado de “forma eficiente”, a incentivar a organização comunitária e a união para enfrentar desafios comuns e incentiva outras comunidades africanas a se unirem formalmente em prol de todas as boas causas.

Lamine recomenda que os imigrantes continuem a colaborar com as autoridades, a respeitar as instituições e promover o comportamento exemplar, que reflecte o respeito às suas origens e às regras do país anfitrião.

Sobre a educação e a saúde, ele garante que as crianças africanas estudam sem dificuldades e que o acesso aos serviços de saúde é “tranquilo”, além de que os imigrantes também têm oportunidades de formação que contribuem para a sua integração e desenvolvimento.

Este líder aproveita também para solicitar as instituições e autoridades que compreendam as particularidades culturais dos recém-chegados, especialmente aqueles que chegam com idades mais avançadas, para facilitar a sua adaptação e integração plena.

Lamine sublinha a importância do respeito mútuo, da organização comunitária e do diálogo com as autoridades para fortalecer ainda mais os laços entre as comunidades africanas e a sociedade cabo-verdiana, contribuindo para um ambiente de convivência harmoniosa e de crescimento conjunto em Santa Catarina.

MC/ZS

Inforpress/Fim

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