Cidade da Praia, 08 Out (Inforpress) – O vice-primeiro-ministro e ministro das Finanças, Olavo Correia, defendeu hoje uma actuação coordenada para transformar vulnerabilidades em oportunidades, mobilizando recursos externos e internos rumo a um desenvolvimento sustentável, resiliente e inclusivo.
Olavo Correia fez estas declarações na abertura do Diálogo Nacional sobre Financiamento Externo e Desenvolvimento Sustentável e Resiliente às Alterações Climáticas, bem como durante a apresentação da estratégia financeira e do roteiro para a mobilização de financiamento externo para investimentos em adaptação e mitigação climáticas em Cabo Verde.
Na sua intervenção, o vice-primeiro-ministro referiu que África, apesar de representar 15% da população mundial, é responsável por apenas 6% do consumo global de energia e por 3% da electricidade produzida a nível mundial.
Sublinhou ainda que cerca de 600 milhões de pessoas em África não têm acesso à electricidade e cerca de mil milhões não têm acesso a energia limpa para cozinhar. Para garantir o acesso à electricidade, é necessário triplicar o número de ligações eléctricas, atingindo 90 milhões por ano.
“Temos também de afastar 130 milhões de pessoas por ano da energia suja utilizada para cozinhar”, acrescentou o vice-primeiro-ministro.
O governante alertou ainda para o impacto devastador das alterações climáticas no continente africano, com perdas estimadas em 15 mil milhões de dólares todos os anos, podendo chegar a 50 mil milhões de dólares até 2030.
Segundo Olavo Correia, as necessidades cumulativas de financiamento climático em África estão estimadas em 2,7 biliões de dólares entre 2020 e 2030, sendo que o custo das alterações climáticas está estimado entre 299 e 407 mil milhões de dólares americanos durante o mesmo período.
Cabo Verde, de acordo com o governante, num tempo em que os desafios se multiplicam e os recursos escasseiam, considera imperativas abordagens inovadoras e colaborativas, capazes de conciliar a estabilidade macroeconómica do país.
“Cabo Verde está determinado a avançar neste sentido. É por isso que aprovamos um quadro de governação climática e temos uma estratégia para a mobilização de recursos para o investimento climático”, garantiu o vice-primeiro-ministro.
O governante realçou também a importância de apostar no mercado e de aproveitar as oportunidades disponíveis, nomeadamente a conversão da dívida em investimentos para a natureza e projectos sustentáveis, assim como a aposta no mercado das emissões de obrigações verdes, climáticas e azuis.
Defendeu ainda a necessidade de posicionar Cabo Verde como um hub regional de finanças sustentáveis.
Olavo Correia reforçou igualmente a ambição de Cabo Verde em matéria de transição energética, com a meta de atingir 30% de penetração energética até 2026. “Seguramente, vamos conseguir atingir 50% até 2030 e 80% até 2040”, concluiu.
JBR/ZS
Inforpress/Fim
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