Cidade da Praia, 29 Nov (Inforpress) – O primeiro estudo nacional de literacia cabo-verdiana vai ser realizado já no próximo ano, contendo “análise concreta” sobre a evolução do nível de leitura ao longo do tempo, adiantou a presidente da Biblioteca Nacional (BNCV).
Em declarações à imprensa no acto comemorativo dos 25 anos da instituição, na cidade da Praia, Maltide Santos avançou que não há dados que comprovem que os cidadãos cabo-verdianos não têm interesse pela literatura e que seria necessário um estudo efectivo sobre a literacia.
Segundo a mesma fonte, foram editados e reeditados uma centena de obras ao longo destas duas décadas, sendo 96 títulos e um número maior a nível de edições, asseverando que nos últimos anos a instituição tem editado mais os clássicos.
Com a implementação do Plano Nacional de Leitura, no início de 2023, tem editado também obras de referência e que vão surgindo através dos concursos e prémios de incentivo a edições.
Segundo a curadora, têm sido desenvolvidos diversos projectos, como o Concurso Nacional de Leitura que abrangeu 15 mil alunos de 21 conselhos nesta primeira fase da terceira edição que está a decorrer.
“Se nós tivermos mais de 15 mil alunos a participarem num concurso nacional de leitura a nível nacional, quer dizer que as pessoas vão lendo”, assegurou, sublinhando a venda dos livros durante as feiras realizadas um pouco por todo país.
“Eu não acredito que comprem para guardar em casa. Então, penso que, de certa forma, nós precisamos de dados concretos para fazermos afirmações e com domínio sobre o nível de literacia dos cabo-verdianos”, acentuou, alertando para o facto de que nem todos os jovens que realmente leem se inscrevem no concurso.
Matilde Santos destacou a qualidade dos trabalhos apresentados pelos candidatos, não apenas no concurso de leitura, mas, sobretudo, nos restantes projectos concretizados pela Biblioteca Nacional.
Sobre os 25 anos da BNCV, pontuou que desde 1999 a instituição tem sido “uma referência” como “casa das letras e da cultura cabo-verdiana”, realçando que por ali já passaram sete dirigentes, entre curadores, curadores interinos e presidentes.
“O primeiro presidente da instituição, que esteve a dirigir a instituição por mais anos, durante 15 anos, foi Joaquim Morais, e nessa ocasião especial relembramos as bases e os alicerces que foram criados também por ele”, frisou.
No entender da curadora, a data é de reflexão e de perspectivas de novas acções para o futuro, a fim de ultrapassar o desafio de acompanhar a dinâmica do mundo digital e da modernização literária.
O ministro da Cultura e das Indústrias Criativas, Augusto Veiga, que presidiu à abertura da cerimónia, disse que o Governo valoriza o papel da biblioteca, que tem estado a aproveitar o digital, através de website e de livraria online.
Quanto aos projectos, prevê a continuação do Plano Nacional de Leitura, bem como das Feiras do Livro Morabeza e da Grande Feira do Livro realizado de forma descentralizada.
“Tem sido uma das instituições que têm utilizado e bem a modernização e a área digital, inclusive no seu orçamento também prevê essa modernização durante o ano orçamental de 2025”, concretizou.
LT/AA
Inforpress/Fim
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