
Cidade da Praia, 27 Dez (Inforpress) – A feira d'Artesanato “Made in Cabo Verde”, promovida pela Câmara da Praia, decorre até 31 de Dezembro, na Praça Plateau, reunindo artesãos nacionais e estrangeiros que apontam fraca adesão do público e vendas moderadas nesta quadra festiva.
A iniciativa integra o programa cultural de fim de ano da edilidade e tem como objectivo valorizar a produção artesanal, promover a diversidade cultural e reforçar o empreendedorismo criativo, num espaço de exposição e comercialização de peças feitas à mão.
Entre os expositores está Magatte Guirane, senegalesa e proprietária da banca “Ma L’Art Artisanat”, que fez à Inforpress um balanço moderado da feira.
Segundo a artesã, ao longo das duas semanas o movimento foi, na generalidade, fraco, embora se tenha registado alguma melhoria pontual.
“O movimento esteve lento durante quase toda a feira, mas hoje foi um pouco melhor, sobretudo por causa da maior circulação de pessoas no Platô”, afirmou, acrescentando que esperava uma adesão mais significativa do público nesta época do ano.
Avaliação semelhante foi feita por Elhadji Drame, também de nacionalidade senegalesa, que reconheceu que as vendas ficaram abaixo das expectativas, mesmo com a recente chegada de um navio de cruzeiros à cidade da Praia.
“Pensávamos que a presença de turistas pudesse ajudar mais, mas as vendas continuaram fracas”, lamentou.
Apesar disso, Drame evidenciou a ligação profunda com a arte, sublinhando que se trata de uma vocação antiga e de família.
“A arte nasceu comigo. Sempre gostei de criar e de mostrar o meu trabalho”, disse, referindo que já participou em feiras em vários países.
O artesão acrescentou ainda que esteve recentemente em São Vicente e que participa regularmente nestas feiras desde 2021, encarando-as como espaços importantes de divulgação e intercâmbio cultural.
Por sua vez, o artesão cabo-verdiano Francisco Duarte, conhecido como Didi, que trabalha sobretudo com quadros e bordados de autoria própria, apontou a localização da feira como um dos principais factores que condicionam o fluxo de visitantes.
“O movimento nem sempre é bom. Preferia quando a feira estava na rua pedonal, porque ali passa mais gente”, observou, defendendo que uma maior circulação de pessoas se traduziria directamente em melhores vendas.
“Quando havia mais passagem, sentia-se logo a diferença”, acrescentou.
Apesar das dificuldades, os artesãos ouvidos pela Inforpress reconhecem a importância da Feira do Artesanato “Made in Cabo Verde” enquanto montra da produção artística e espaço de afirmação da economia criativa, defendendo maior dinamização e estratégias que reforcem a visibilidade dos produtos, sobretudo em períodos de maior afluência turística.
A feira mantém-se aberta ao público até 31 de Dezembro, no Platôu, com o objectivo de incentivar o consumo cultural, apoiar os criadores e fortalecer o papel do artesanato no tecido económico local.
KA/SR/JMV
Inforpress/Fim
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