
Cidade da Praia, 17 Dez (Inforpress) – O ministro da Cultura e das Indústrias Criativas, Augusto Veiga, afiançou hoje que o projecto de requalificação urbana e ambiental a decorrer na Cidade Velha, Património da Humanidade, vai mudar totalmente a vida dos habitantes.
O governante falava à imprensa no final de uma visita, acompanhado do cardeal, Dom Arlindo Furtado, às obras no Complexo da Misericórdia e do Largo da Catedral, enquadradas no projecto de Requalificação Urbana e Ambiental da Cidade Velha.
Segundo o ministro, o projecto que arrancou este ano tem a duração de dois anos e divide-se em oito fases, sendo a última do Complexo da Misericórdia.
Em relação às obras deste complexo avançou que vai haver mudança no plano inicial, tendo em conta a descoberta de novas ruínas de uma igreja e um hospital, datado de 1556 que exigiu mais escavações.
“Só para terem uma ideia, tiramos mais de 300 camiões de terra e de lixo naquele espaço onde foram descobertas as novas ruínas”, revelou, lembrando que no local vão ser construídos espaço de lazer, de descanso, um parque infantil e casas de banho públicas, mas agora será necessário adaptar também a conservação e valorização museológica.
Conforme Augusto Veiga, o objectivo da intervenção é melhorar a qualidade de vida da população da Cidade Velha, além de valorizar o patrimônio histórico e estimular o turismo, com a implementação de um espaço mais acessível e com circulação a pé, ao invés do tráfego de carros.
“O Complexo da Misericórdia que nós levamos, portanto, o cardeal a visitar, a nível das escavações que foram feitas, o trabalho arqueológico, também são pessoas da Cidade Velha que estavam a trabalhar e que vão continuar a trabalhar e o benefício maior será realmente para a população”, realçou.
Por seu lado, o cardeal Dom Arlindo Furtado salientou a importância da revitalização dos sítios históricos, sublinhando que é fundamental preservar o legado dos antepassados e acrescentar novos valores para as futuras gerações.
“Temos que nos apropriar daquilo que é nosso, valorizar e apresentá-lo também ao mundo. E tentar deixar a marca para que, de facto, Cabo Verde continue a ser um ponto central de referência de circulação, de encontro, de humanização, de socialização e de mistificação”, defendeu.
Financiado pelo Governo de Cabo Verde e pelo Banco Mundial no âmbito do programa Turismo Resiliente e Economia Azul, o projecto está orçado em cerca de 300 mil contos, sendo 50 mil contos destinados à intervenção no troço de estrada que liga estes dois dos edifícios religiosos mais emblemáticos da história de Cabo Verde.
ET/CP
Inforpress/Fim
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