
Cidade da Praia, 03 Dez (Inforpress) – A Associação de Mulheres Juristas (AMJ) lançou hoje, na cidade da Praia, o projecto “Rede Segura”, que visa reforçar a prevenção da sociedade civil contra o tráfico de pessoas em Cabo Verde.
A iniciativa surge após a AMJ identificar um "aumento de situações de vulnerabilidade", em particular entre jovens aliciados com falsas promessas de oportunidades laborais no exterior.
Segundo esta associação, o tráfico de pessoas é um fenómeno invisibilizado e subnotificado em Cabo Verde, impulsionado por fatores socioeconómicos, desigualdades, fluxos migratórios intensos e fragilidades institucionais.
Embora o país tenha vindo a reforçar o seu quadro jurídico e institucional, alertou que ainda persistem fragilidades que comprometem a eficácia da resposta nacional, entre as quais a fraca coordenação entre instituições públicas e sociedade civil.
“Este projecto surge da necessidade de trabalhar este tema na comunidade, com os profissionais, com as escolas, com a educação, mas também de reforçar a nossa capacidade de intervenção”, explicou a presidente da AMJ, Helena Ferreira.
Trata-se conforme acrescentou, de um projecto financiado pela Embaixada da Irlanda em Portugal, com a duração de dois anos e que será implementado nas ilhas de Santiago, pela densidade da população e por sediar a associação, São Vicente, por congregar o turismo, e a parte cultural, e Sal, por ser uma ilha turística, podendo propiciar aliciamentos.
“Esperamos com este projecto maior consciência sobre o tráfico, maior capacidade da sociedade civil na intervenção, na abordagem e no reporte e denúncia de casos”, disse.
A representante da Embaixada da Irlanda em Portugal, Kathryn Glen, afirmou que é com satisfação que apoiam o projecto “Rede Segura”, através do Programa de Microprojetos, que financia iniciativas da sociedade civil.
Enfatizou que o tráfico de seres humanos é uma grave violação dos direitos humanos, muitas vezes invisível e subnotificada, afectando sobretudo mulheres e raparigas.
Daí que, sublinhou, que o seu combate exige um trabalho conjunto das comunidades, da sociedade civil e instituições públicas.
ET/CP
Inforpress/Fim
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