
Mindelo, 26 Nov (Inforpress) – O secretário de Estado Adjunto do primeiro-ministro considerou hoje que a feira URDI se consolidou, ao longo dos anos, como um dos mais importantes palcos de afirmação da criatividade nacional, colocando lado a lado tradição e inovação.
Lourenço Lopes falava durante a abertura da 1.ª edição da Feira de Artesanato e Design de Cabo Verde (URDI), que arrancou em São Vicente sob o lema “URDI – 10 anos de celebração do artesanato e design de Cabo Verde”.
Segundo o governante, a URDI tornou-se, ao longo dos anos, uma “constelação cultural do arquipélago” e um local de encontro entre criadores de todas as ilhas, estabelecendo um compromisso com a economia criativa enquanto pilar estratégico do desenvolvimento sustentável de Cabo Verde.
Na sua óptica, a feira afigura-se também como uma plataforma de internacionalização, onde o mundo descobre a profundidade da alma cabo-verdiana. Por isso, considerou que celebrar os 10 anos da feira é igualmente celebrar um projecto que nasceu da convicção profunda de que o artesanato cabo-verdiano é mais do que memória, sendo também identidade, economia e futuro.
“É um laboratório de criatividade, onde artistas, artesãos e jovens experimentam, inovam e transformam ideias em expressão concreta. É também um observatório de identidade cultural, permitindo que cada ilha, com a sua singularidade, se reconheça e se cumprimente com as demais, constituindo-se como plataforma de internacionalização, mostrando ao mundo a profundidade, a força e a riqueza da alma crioula”, destacou.
Segundo o presidente da Câmara Municipal de São Vicente, Augusto Neves, o município passou por “situações extremamente difíceis” [tempestade Erin, de 11 de Agosto], pelo que destacou todo o esforço e sacrifício realizados para que se pudesse celebrar mais uma edição da feira.
Conforme o autarca, a cultura deverá ser entendida cada vez mais como um sector prioritário na definição de estratégias de desenvolvimento de qualquer região. Por isso, a Câmara Municipal de São Vicente prosseguirá com as suas principais linhas de actuação e iniciativas culturais alicerçadas ao longo dos últimos anos.
“A Câmara Municipal de São Vicente insiste em manter a sua programação cultural, investindo naquela que tem sido uma das suas áreas de referência e de identidade”, justificou.
De acordo com o presidente do Centro Nacional de Arte, Artesanato e Design (CNAD), entidade responsável pela organização do evento, os 10 anos da URDI representam uma década de construção e consolidação de uma trajectória que, ao longo deste período, tem promovido anualmente o encontro de artesãos, designers, artistas e outros agentes culturais.
“Mais do que uma feira, é um símbolo do compromisso com a economia criativa e motivo de orgulho para os artesãos”, afirmou.
Segundo Artur Marçal, a tempestade Erin deixou marcas e perdas “irreparáveis” em São Vicente e, por diversas vezes, foram confrontados com a questão de saber se iriam manter a realização da URDI. Contudo, sublinhou, é fundamental compreender a dinâmica cultural enquanto factor económico e financeiro que gera receitas para criadores e artesãos.
“É crucial manter os eventos culturais, porque ajudam na recuperação emocional, proporcionam espaços de reunião social e a celebração da resiliência. A cultura deve ser vista como uma ferramenta de resiliência e recuperação”, considerou, lembrando também que os profissionais do sector precisam dessas dinâmicas para que a economia funcione.
A 10.ª edição da URDI, que decorre até Domingo, foi projectada com um orçamento de 10 mil contos e conta com cerca de 155 expositores.
CD/JMV
Inforpress/Fim
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