Lisboa, 02 Set (Inforpress) – A autobiografia da empresária e autora suíça de origem bissau-guineense e cabo-verdiana Marie Antoinette Furtado, intitulada “Das cinzas ao ouro”, apresentada hoje no Centro Cultural de Cabo Verde (CCCV) em Lisboa (Portugal), vai ser adaptada para cinema.
A informação foi avançada à Inforpress pela própria autora à margem da apresentação da obra lançada em Junho e considerada um sucesso no Brasil, que informou que o projecto do filme vai ser liderado pela produtora norte-americana Hollywood.
Sem entrar em detalhes, disse que perante a “urgência” daquela produtora norte-americana em fazer com que este seu “percurso de resiliência e afirmação” chegue aos cinemas no próximo ano, já está a trabalhar na tradução do livro para inglês.
Para tal, fez saber que conta com uma especialista em literatura que a vai ajudar na tradução para que a mesma fique pronta dentro de seis meses, para que as gravações possam começar no próximo ano.
Avançou ainda que uma editora já manifestou a intenção de editar este livro, edição do autor, em cinco idiomas, nomeadamente inglês, francês, alemão, neerlandês e português.
No livro de 256 páginas dividido em três partes “África”, “Europa” e “Liberdade”, Marie Antoinette partilha na primeira pessoa o percurso da sua vida, desde criança, confrontada com episódios de maus-tratos e, ainda assim, imbuída de espírito de resiliência, assumiu o controlo da sua própria vida, na fase de adolescência, sonhando com um futuro melhor e promissor.
“Escrevi este livro para fazer uma cirurgia da alma, porque fui uma criança muito sofrida, que não teve a felicidade. Fui espancada, queimada, maltratada, injuriada e discriminada pela minha própria família, passei fome e fui presa injustamente”, explicou a empresária nascida em 1971, na Guiné-Bissau.
Segundo disse, quis com este livro fazer uma homenagem incondicional ao seu passado e acredita que conseguiu curar a sua alma ao escrever este livro, cuja primeira parte foi escrita na prisão.
Na ocasião, a autora convidou as pessoas a escreverem um livro para contarem as suas histórias, sobretudo as que transformam e inspiram para que assim como ela outras pessoas e mulheres possam transformar “as cinzas em ouro”.
Notou, que apesar das torturas psicológicas e físicas na infância, acreditava na sua “força interior”, e actualmente lidera várias empresas na Suíça e Guiné-Bissau que trabalham nas áreas de investimentos, imobiliários, consultoria mineira, desenvolvimento de negócios e iniciativas sustentáveis.
Durante a entrevista à Inforpress, Marie Antoinette lamentou o facto de até hoje as crianças, particularmente em África, continuam a ser desrespeitadas e maltratadas.
FM/JMV
Inforpress/Fim
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