Mindelo, 14 Jun (Inforpress) - O presidente da recém criada Associação Humanitária dos Doadores de Sangue de São Vicente disse hoje que a associação quer conseguir, junto do Ministério de Saúde, a aprovação do estatuto de doador para incentivar pessoas a doar sangue.
Manuel Fortes falava à imprensa durante as celebrações do Dia Mundial do Doador de Sangue, organizadas pelo Hospital Baptista de Sousa (HBS), na praça Dom Luís, sob o lema “Doe Sangue, Doe esperança: juntos salvamos vidas”.
“A associação quer que se crie um estatuto do doador tal como existem em outras paragens para permitir, de forma legal, ter alguns suportes junto das estruturas de saúde”, explicou.
Segundo o responsável a associação, que conta com cerca de 20 membros constituintes e com mais de 60 interessados em aderir, foi criada na sequência de um desafio que a directora do Banco de Sangue do HBS, Conceição Pinto, lançou aos doadores regulares com objectivo de divulgar mais este serviço, apoiar e complementar o trabalho que a equipa do Banco de Sangue tem vindo a realizar.
O objectivo, frisou, é conseguir aumentar o número de doadores regulares de sangue e atingir a meta estabelecida pela Organização Mundial de Saúde (OMS) de ter pelo menos 3% da população como doadores activos e regulares.
“Em princípio, a estratégia é conseguir, primeiro, legalizar a associação, estabelecer parcerias com estruturas de saúde, criar junto do hospital e também de estruturas de saúde um certo acolhimento para quando um associado dirigir a uma estrutura de saúde ou a alguma instituição da área ele tenha um atendimento amigo”, afirmou.
Manuel Fortes destacou o facto de São Vicente ter mil doações de sangue por ano, representando à volta de 550 doadores, o que reforça a sua posição como um dos pontos no País onde a doação é voluntária e onde se tem registado o crescimento por parte de doadores femininos.
Um desses doadores voluntários é Carlos Vicente, de 63 anos, que começou a doar sangue quando uma sobrinha teve um bebê e precisava de sangue. Desde essa altura até esta parte, Carlos Vicente já contabiliza 65 doações, mais do que a própria idade.
“Peço a Deus mais anos de vida para continuar a doar. Se toda a gente doar uma ou duas vezes seria bom porque o banco de sangue vai ganhar. Tenho também dois filhos que são doadores e tenho levado algumas pessoas para doar e sinto-me feliz por ser doador”, afiançou.
A doadora Otelma Borges, que começou a doar sangue aos 18 anos, disse que por ser bióloga tem consciência da importância da doação de sangue, por isso procura fazer doação regular.
“Cada vez que doar até cinco vidas podem ser salvas só com uma doação minha. E também sei que há muitas pessoas e familiares que precisam de doação, em situações, por exemplo, na maternidade quando mulheres perdem o sangue no parto, ou para bebês. Então tenho que ter plena consciência de que tenho que fazer toda a diferença na vida das pessoas”, argumentou a mesma fonte dizendo que “por ter sangue O +, que é o grupo sanguíneo mais comum em Cabo Verde, procura manter-se como doadora e incentivar outras pessoas”.
CD/JMV
Inforpress/Fim
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