UCID diz que Cabo Verde tem uma política fiscal “inimiga do investimento, especialmente para os emigrantes"

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UCID diz que Cabo Verde tem uma política fiscal “inimiga do investimento, especialmente para os emigrantes"
08/11/24 - 03:00 pm

Cidade da Praia, 08 Nov (Inforpress) – O deputado da UCID (oposição) João Santos Luís criticou hoje, no parlamento, a política fiscal de Cabo Verde, afirmando que ela é "inimiga do investimento, especialmente para os emigrantes” que enfrentam dificuldades para investir no país.

"Nós temos vindo a chamar a atenção, há muito tempo, de que a carga fiscal em Cabo Verde é um obstáculo ao investimento, principalmente para os nossos emigrantes", afirmou durante a sua intervenção no debate com o ministro das Comunidades, Jorge Santos.

Segundo o parlamentar, essa situação é amplamente reconhecida pelo próprio ministro, que visita os Estados Unidos com frequência.

"É só chegar aos Estados Unidos e ouvir directamente dos emigrantes que lá vivem sobre as dificuldades que enfrentam. O ministro sabe muito bem disso, pois vai lá pelo menos 12 vezes por ano", afirmou João Santos Luís, sugerindo que a situação precisa ser resolvida com urgência.

Outra questão levantada pelo deputado da União Cabo-verdiana Independente e Democrática tem a ver com o recenseamento eleitoral na diáspora, em que João Santos Luís expressou “perplexidade” sobre o que considerou "medo” do Governo em garantir que os emigrantes sejam devidamente recenseados.

"Nós não entendemos o medo que o Governo tem de criar as condições para que os emigrantes que vivem no estrangeiro possam ser recenseados", afirmou.

João Santos Luís destacou ainda que, apesar de existirem mais de um milhão de cabo-verdianos na diáspora, menos de 30% destes estão recenseados. E, neste sentido, sugeriu que o recenseamento para a diáspora seja feito de forma automática, facilitando a participação dos emigrantes nas eleições.

"Temos mais de 500 mil cabo-verdianos só nos Estados Unidos e, no entanto, temos menos de 30% recenseados. Precisamos de condições para um recenseamento automático. Não queremos mais promessas, queremos acções concretas", acrescentou o deputado da UCID.

A terceira questão abordada pelo parlamentar foi a “falta de medidas concretas” para melhorar o transporte aéreo, tanto para os Estados Unidos como para outros países africanos, como Angola e São Tomé e Príncipe.

A este propósito, João Santos Luís criticou o Governo por não ter avançado com soluções efectivas, limitando-se a promessas.

"Temos ouvido do Governo apenas promessas sobre transporte, tanto para os Estados Unidos quanto para a África. Sabemos que muitas dessas medidas não dependem directamente do Governo, mas estamos cansados de ouvir apenas promessas", declarou.

Para o deputado, os principais desafios enfrentados pelos cabo-verdianos na diáspora são investimento, recenseamento e transporte, questões que, segundo ele, já deveriam ter sido resolvidas.

"São assuntos antigos, que já deveriam estar com meio caminho andado. Esperamos que ao longo do debate o Governo apresente soluções concretas e nos diga o que já foi feito e o que falta fazer", concluiu.

LFS/CP
Inforpress/Fim

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