Cidade da Praia, 24 Mar (Inforpress) – A ex-miss Stephany Amado denunciou publicamente, através de uma live no seu Instagram, situações de alegados abusos emocionais e más condições vividas nos bastidores do concurso Miss Internacional Cabo Verde, mas a organização refutou hoje as acusações.
Segundo a modelo, desde a sua participação na primeira edição do evento que carrega um “nó na garganta” sobre as injustiças e maus-tratos enfrentados pelas candidatas.
“Não sou uma pessoa que fica sentada a ver injustiças e ficar calada. Nós, modelos e misses, já sofremos caladas por muito tempo, e hoje é o dia de colocar um basta nisso”, afirmou, introduzindo a sua carta aberta aos organizadores.
A Miss Cabo Verde Internacional 2022, conhecida como Stehh Amado nas redes sociais, relatou que as candidatas enfrentaram dificuldades como falta de alimentação adequada e que as mesmas foram submetidas a um ambiente emocionalmente desgastante.
Acrescentou que, apesar da união para exaltar a beleza de Cabo Verde, ninguém quer reconhecer ou apoiar as misses quando enfrentam dificuldades nos bastidores.
Segundo Stehh Amado, as candidatas passaram por situações de “extrema privação”, inclusive falta de comida, ao ponto de terem que dividir uma única banana entre duas candidatas.
Para impedir que expusessem as condições do evento, os telefones das concorrentes foram confiscados no segundo e terceiro dia do concurso.
A modelo mencionou ainda que a criação do Miss Internacional de Cabo Verde foi inicialmente associada à promessa de uma escola de enfermagem em Cabo Verde, mas, segundo ela, até hoje não há informações sobre a concretização deste projecto.
Outro ponto destacado foi o tratamento dado à miss anterior, Jasmine Jorgensen, que não foi convidada para entregar a coroa na edição seguinte, enquanto outras pessoas receberam convites para o evento.
“Para eu participar do Miss na França, fui recebida com motorista no aeroporto, mas no regresso tive que pagar pelo transporte, mala e alimentação”, lamentou, recordando o episódio.
A ex-miss revelou também que tinha um salário prometido de 500 dólares mensais, mas os organizadores faziam os pagamentos de forma irregular.
Além disso, as despesas como vestuário para o concurso no Japão foram arcadas por ela e só mais tarde descobriu que a sua passagem para o Japão havia sido custeada pelo ex-namorado, sem qualquer apoio da organização.
Por fim, Stehh Amado declarou que, a partir de agora, não ficará mais calada sobre estas questões e garantiu possuir provas de todas as suas denúncias.
“Isso é brincar com os sonhos das pessoas”, afirmou, indicando que tem provas contra a organização e alertou as futuras candidatas sobre os desafios enfrentados nos bastidores do concurso.
Em resposta às acusações, a organização do Miss Cabo Verde International emitiu um comunicado reafirmando o seu compromisso com esse projecto.
A organização enfatiza que assume todos os custos com os formadores, actividades do campo de preparação e logística do evento.
Além disso, garante a participação da vencedora no concurso internacional, cobrindo a taxa de inscrição de 400 mil escudos cabo-verdianos, que inclui a sua estadia no Japão.
A organização esclarece que solicita uma contribuição simbólica de 10 mil escudos cabo-verdianos às finalistas, como forma de compromisso com o concurso.
No entanto, afirma que este valor não cobre os custos reais da participação de cada candidata.
Perante as declarações tornadas públicas, a organização “lamenta profundamente” as acusações, que considera “infundadas e descontextualizadas” e que as mesmas “prejudicam a imagem do concurso”.
Por fim, a organização reafirma que “nunca houve intenção ou prática de maus-tratos ou exploração” das candidatas.
TC/AA
Inforpress/Fim
Partilhar