Espargos, 24 Out (Inforpress) – O delegado de Saúde no Sal refutou hoje as acusações de negligência no caso da jovem Larissa Vieira, que faleceu no hospital Ramiro Figueira, depois de ter estado mais de duas semanas com o bebé morto na barriga.
José Rui Moreira deixou esse esclarecimento numa conferência de imprensa, convocada com o intuito de acalmar a população salense sobre os procedimentos no que se refere à saúde reprodutiva no referido estabelecimento de saúde pública na ilha.
Conforme o delegado de Saúde local, qualquer que fosse a intervenção médica no momento em que Larissa Vieira procurou a unidade hospitalar não iria mudar o rumo dos acontecimentos, já que foi no mesmo dia que foi encaminhada para o hospital, para indução do parto.
“Do resultado da investigação que nós fizemos em relação ao caso de falecimento da gestante Larissa Vieira, que ocorreu em 1 de Outubro, constatamos que a mesma procurou as estruturas públicas de saúde, pela primeira vez, no dia 26 de Julho, onde foram feitos exames de rotina na Delegacia de Saúde e pedidos exames a nível do laboratório do hospital”, explicou.
“Foi feita a vacina antitetânica, a primeira dose e foi marcada a segunda dose para 26 de Agosto, mas que não compareceu e só veio no dia 24 de Setembro e recebeu a segunda dose da vacina”, continuou.
De acordo com José Rui Moreira, nesta mesma consulta, a gestante queixou-se da falta de movimentos do bebé e foi-lhe pedido para aguardar até que uma outra gestante terminasse de fazer o exame de cardiotocografia, procedimento para avaliar o bem-estar fetal.
“A enfermeira que se encontrava de serviço no momento estava com uma outra paciente e pediu para aguardar, mas quando terminou, a gestante Larissa Vieira já não se encontrava, porque tinha ido procurar uma clínica privada com que tinha estado a fazer acompanhamento”, sublinhou o delegado.,
“Na clínica foi-lhe feito uma ecografia e foi constatado que estava com o feto morto há mais de duas semanas e foi neste momento que foi encaminhada para o hospital regional , tendo sido feito tudo o que é procedimento protocolar em caso de feto morto intrauterina”, reforçou.
Segundo a mesma fonte, à gestante foi feita indução do parto para expulsar o feto e no dia seguinte teve uma parada cardíaca, tendo sido reanimada e expulsado o feto e só foi levada para o bloco operatório depois de uma hemorragia.
“Foi feito uma estereotomia e depois ela teve que ficar nos cuidados intensivos, ventilado e durante todo tempo inconsciente", disse.
O delegado de Saúde local afirmou ainda que depois de uma interconsulta com especialistas, com vários especialistas a nível central, e com os exames realizados, foi constatado a morte cerebral da paciente no dia 01 de Outubro por volta das 15:00.
José Rui aproveitou ainda para esclarecer que no dia que a paciente procurou a Delegacia de Saúde, havia sim médicos disponíveis, contrariamente ao que vem circulando nas redes sociais.
“Não é necessário criar pânico social, através de informações nas redes sociais, que levam as pessoas a ficar com receio de procurar o sistema público de saúde ou que fiquem com aversão ao sistema de saúde, nos momentos que têm necessidade", concluiu.
NA/JMV
Inforpress/Fim
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