São Vicente: Elenco de “Dona Pura e os Camaradas de Abril” espera “conexão profunda” com público mindelense

Mindelo, 02 Nov (Inforpress) – O elenco do espectáculo “Dona Pura e os Camaradas de Abril”, que será apresentado na noite de hoje no festival Mindelact, no Mindelo, espera “conexão profunda” com o público sanvicentivo, desde já “bem exigente”.

Quem o diz é o encenador do espectáculo, João Branco, que traz a São Vicente este espectáculo do grupo Saaraci Colectivo Teatral, formado em Portugal, mas constituído maioritariamente por actores cabo-verdianos.

Em conferência de imprensa, o antigo presidente do Festival Internacional de Teatro do Mindelo - Mindelact admitiu que todo o elenco se sente “em casa” e “bem confiante” para apresentação logo à noite, no Centro Cultural do Mindelo (CCM).

“O espectáculo vai tocar profundamente as pessoas que vão assistir, principalmente as pessoas daqui, porque 75% dos integrantes são daqui, então o tipo de conexão que vamos estabelecer com a plateia vai ser muitíssimo profundo”, sustentou João Branco.

O encenador espera uma “reação diferente” das apresentações feitas em Portugal, embora a “boa recepção” que tem tido em todos os outros sítios já visitados pela peça.

“Mas acredito que vai ser mais intensa, mais emocionante e que vai ter uma conexão maior”, completou. 

Tudo isto porque “Dona Pura e os Camaradas de Abril” fala da Revolução dos Cravos, mas a partir de matizes “profundamente cabo-verdianas”, desde o autor da obra em que se inspira e com o mesmo nome do escritor Germano Almeida e a dramaturgia de Caplan Neves.

Também o elenco é composto pelos cabo-verdianos Manuel Estevão, Matízia Rocha, Sócrates Napoleão, tendo como único português Pedro Lamares, mas que conhece “muito bem” Cabo Verde.

Daí, a razão de a actriz Matízia Rocha, que incorpora Dona Pura, se sentir “felizarda” por estar num palco que lhe apresentou ao teatro e ainda para a comemoração desses 30 anos do Mindelact.

“Estou com uma emoção que estou a tentar conter desde que acordei”, admitiu a actriz, que destacou a “grande dimensão” do festival mindelense.

Por outro lado, segundo a mesma fonte, vestir a pele de Dona Pura significa fazer a personagem da sua vida.

Manuel Estevão, que também participou da conferência de imprensa, considerou ser sempre uma “grande responsabilidade” pisar o palco do Mindelact e actuar para um público “bem exigente” como os mindelenses.

“É sempre um desafio, porque granjeamos algumas amizades neste nosso percurso, mas esta traz sempre mais responsabilidade”, afiançou.

Além de “Dona Pura e os Camaradas de Abril”, que encerra as actuações deste sábado, o segundo dia do Mindelact faz-se com a apresentação da peça “Na Ponta da Areia, Kontam um Storia” de Arte 33 – Núcleo Cultural de Portugal, na Praça Amílcar Cabral, “Rito 1- de Hueto” de Paulo Quintana (Espanha), na Academia Jotamont, e ainda um concerto intimista “Voz, guitarra e afecto” (Cabo Verde), no CCM.

A programação se estende até dia 09.

LN/JMV

Inforpress/Fim