Ribeira Grande, 07 Abr (Inforpress) – A equipa Superestrelas da Ribeira Grande, Santo Antão, comemora hoje 20 anos de uma jornada recheada de conquistas, superação e dedicação ao andebol.
De um pequeno grupo de jovens na Escola Central, a Superestrelas, segundo o fundador Arlindo da Luz, conhecido por Fodof, transformou-se numa referência no desporto, deixando uma marca “indelével” no coração de todos os envolvidos.
Em declarações à Inforpress, o treinador revelou que a equipa nasceu numa segunda-feira, após os jogos escolares de 2005, com 40 atletas.
"Se não tivéssemos dado continuidade ao trabalho, muitos teriam deixado o andebol para trás", afirmou.
O desafio segundo a mesma fonte era “enorme”, as condições eram escassas e as dificuldades logísticas eram uma constante, mas o “amor” ao desporto era maior do que tudo.
“O que faltava em infra-estruturas sobrava em paixão, o que, ao longo dos anos, permitiu à equipa não só persistir, mas também brilhar”, afirmou.
O caminho da Superestrelas, como recorda Fodof, não foi fácil. Durante estas duas décadas, a equipa conquistou 15 campeonatos regionais, perdendo apenas dois, e teve de enfrentar uma das maiores adversidades da sua história que foi a pandemia da covid-19.
"Foram dois anos sem competição, um período muito difícil. Mas, mesmo assim, a nossa resiliência e a dedicação dos nossos atletas mantiveram-nos firmes", lembrou.
Apesar do “sucesso” contínuo e das vitórias, a equipa sempre enfrentou uma “enorme” falta de apoio.
"Muitas vezes, as críticas foram mais fortes do que os aplausos. Quando ganhamos, aplaudem-nos, mas quando perdemos, somos alvo de críticas. Poucos compreendem o esforço diário, o trabalho árduo que fazemos para formar atletas, mas, sobretudo, cidadãos", lamentou Fodof, sem esconder a dor de quem já viu a sua equipa lutar em silêncio, longe dos holofotes.
No entanto, segundo a mesma fonte a Superestrelas tem sabido resistir, através da força de vontade dos seus membros e com o apoio de alguns parceiros fiéis, como a Câmara Municipal da Ribeira Grande, que tem sido um pilar “essencial”, a equipa tem sobrevivido e prosperado.
“São esses poucos, mas fiéis, que acreditam em nós que nos têm dado a força para continuar a brilhar", sublinhou.
Um dos momentos mais marcantes dessa caminhada foi, o título de campeã nacional Sub-20 em 2014. Fodof não esconde a emoção ao recordar aquele feito histórico.
"Foi um título que ficará para sempre na nossa memória. Mas, para mim, cada dia na Superestrelas é uma alegria. Ver os meus atletas crescerem, superarem-se, é o maior prémio que posso ter", disse.
Para assinalar as duas décadas de existência, a Superestrelas preparou uma série de eventos. Inicialmente, estava agendado um torneio nacional sub-18, mas devido à indisponibilidade do pavilhão e aos Jogos Escolares, o evento será reorganizado ao longo do mês de Abril.
"Será uma forma de mostrar a nossa evolução, de partilhar momentos especiais entre gerações e de reforçar o nosso espírito de equipa", explicou.
E é essa história que é vivida, também, por Loide Brito, capitã da equipa sénior feminina, que acompanha a Superestrelas desde 2005.
"Comecei nos Jogos Escolares como guarda-redes de futsal, e o Fodof me convidou para integrar a Superestrelas. Desde então, tenho sido guarda-redes da equipa e essa tem sido a minha vida", lembrou.
Este será, no entanto, o último ano de Loide Brito na equipa, devido a novas responsabilidades pessoais.
"Vou dar espaço à nova geração, mas saio com a certeza de que a Superestrelas continuará a brilhar", afirmou.
Loide recordou a primeira participação da equipa num torneio nacional.
"A nossa estreia foi uma derrota esmagadora, mas não nos deixámos abater. No ano seguinte, fizemos uma excelente prestação e fizemos história. A Superestrelas é mais do que uma equipa, é uma família. Levo comigo apenas bons momentos daqui", afirmou.
LFS/HF
Inforpress/Fim
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