Agnelo Sanches aponta mercado vasto da CEDEAO como grande vantagem para economia cabo-verdiana

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Agnelo Sanches aponta mercado vasto da CEDEAO como grande vantagem para economia cabo-verdiana
14/11/25 - 05:23 pm

Cidade da Praia, 14 Nov (Inforpress) – O economista Agnelo Sanches afirmou, hoje, na cidade da Praia, que Cabo Verde só será parceiro estratégico da UE, EUA e África se se integrar plenamente na CEDEAO e aproveitar um mercado regional de 300 milhões de habitantes.

O economista falava na Conversa Aberta sobre “Vantagens e Potencialidades da CEDEAO e os desafios de Cabo Verde em aproveitar esse mercado”, organizada pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros, Cooperação e Integração Regional, no âmbito das comemorações do 50.º aniversário da CEDEAO e das acções de promoção da integração regional e cooperação económica.

“Portanto, a grande vantagem é estar num mercado vasto, um mercado de 300 milhões [de habitantes], porque nós somos um mercado de apenas 500 mil”, destacou Sanches, sublinhando que, além do comércio, esta integração aumenta a atractividade do país para investimentos e reforça a geoestratégia de Cabo Verde no Atlântico Médio.

O economista apontou ainda que a integração plena permitiria uma maior participação de Cabo Verde em instituições sub-regionais, valorizando os recursos humanos locais, e possibilitaria ocupar cargos estratégicos, caso sejam cumpridos os protocolos da CEDEAO (Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental), nomeadamente a transferência da taxa comunitária.

“Cabo Verde poderia, também, estar a aproveitar das vagas que estão surgindo, com a saída de três países, que deixaram centenas de instituições e funcionários na sub-região”, afirmou.

Sanches acrescentou que Cabo Verde pode potenciar a sua economia de serviços e turismo, apresentando-se como um “salão ou porta de entrada do turismo” da sub-região, ao mesmo tempo em que se posiciona como parceiro confiável nos acordos internacionais.

A conectividade, nomeadamente, ligações marítimas regulares com o continente, é apontada como crucial para o aproveitamento das vantagens regionais, dado que Cabo Verde é actualmente o único país da CEDEAO desconectado.

O economista frisou que o país também possui potencial para se tornar um centro financeiro e de seguros sub-regional, beneficiando de estabilidade, supervisão multilateral e adesão a normas internacionais, como o Comitê de Basileia.

“Cabo Verde faz todos os seguros de aviação directamente e beneficia dos prémios europeus, mostrando que temos um mercado credível e atractivo”, disse.

Entre os desafios mencionados, Sanches citou a implementação da tarifa externa comum, ainda incompleta, e a necessidade de políticas integradoras que permitam ao país tirar pleno proveito das oportunidades comerciais, financeiras e estratégicas oferecidas pela CEDEAO.

O economista ressaltou ainda que Cabo Verde deve apostar na internacionalização das empresas, aproveitando a cadeia de valores regional, e no fortalecimento da sua posição como “salão regional do turismo” para consolidar a presença do país no quadro económico e geoestratégico da sub-região.

TC/ZS

Inforpress/Fim

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