Cidade da Praia, 08 Out (Inforpress) – A Associação dos Combatentes da Liberdade da Pátria (ACOLP) recordou hoje Lilica Boal como exemplo de um “honroso património” que Cabo Verde, e particularmente, as suas mulheres devem ostentar com orgulho.
Combatente da Liberdade da Pátria e professora da escola-piloto do PAIGC durante a luta pela independência nacional, Maria da Luz Andrade Boal, conhecida por Lilica Boal, faleceu na quarta-feira, 06, na Cidade da Praia.
Em comunicado a ACOLP distinguiu Lilica Boal como aquela que evidenciou durante a sua vida um notável exemplo de coragem, determinação e generosidade, mas também um elevado espírito patriótico que a motivou, segundo dizia Amílcar Cabral, a “saldar a sua dívida com o seu povo e viver a sua época”.
“O exemplo de Lilica Boal constitui sem dúvida um honroso património que Cabo Verde e particularmente as suas mulheres devem ostentar com orgulho”, precisou.
Lilica Boal nasceu na cidade de Tarrafal em 1934, sendo filha única de Eulália Andrade “Nha Beba” e de José Freire Andrade “Nhô Papacho”, ambos figuras bem conhecidas.
De acordo com a mesma fonte, a mesma pôde presenciar durante a sua adolescência nas ruas do Tarrafal, de onde era natural, a fome dos anos 1941 a 1943, assim como também registou na memória a chegada dos presos políticos antifascista que vinham de Portugal para o Campo de Concentração do Tarrafal.
Terminados os estudos liceais inscreveu-se na Faculdade de Letras Histórico-Filosoficas, onde conheceu Manuel Boal, estudante de medicina, com quem viria a se casar.
De seguida, em Lisboa Lilica frequentou a Casa dos Estudantes do Império onde, em convívio com outros estudantes das então colónias portuguesas, desenvolveu a sua consciência nacionalista e o sentimento de revolta contra a dominação colonial.
Em 1961, Lilica e Manuel Boal "sentindo-se cada vez mais acossados pela polícia política do fascismo" em Portugal decidiram fugir do país, determinados a se juntarem à Luta de Libertação Nacional em que participaram estudantes das antigas colónias portuguesas.
“Conseguindo atravessar a fronteira, apesar da apertada vigilância da ditadura em Portugal e depois de várias peripécias, Lilica acabou por chegar ao Ghana onde se encontrou com Amílcar Cabral, decidindo então juntar-se à luta do PAIGC”, recordou a ACOLP.
Com o “traiçoeiro” assassinato de Amílcar Cabral a 20 de Janeiro de 1973 Lilica não se deixou desfalecer, tendo pelo contrário, conforme destacou a Associação dos Combatentes, prosseguido com “vigor e determinação reforçados” a tarefa de formação dos jovens da Escola-Piloto, de entre vários outros serviços.
ET/ZS
Inforpress/Fim
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