Cidade da Praia, 10 Abr (Inforpress) - A presidente do Instituto Cabo-verdiano para a Igualdade e Equidade de Género (ICIEG) apelou hoje aos homens a se juntarem à instituição para ajudarem a encontrar solução para a VBG no país, enquanto parte do problema.
Mariza Carvalho falava no acto de abertura da formação dirigida aos profissionais do Ministério da Justiça em técnicas de prevenção e tratamento dos casos de Violência Baseada no Género (VBG).
Segundo explicou a presidente do ICIEG, a formação insere-se no projeto "Melhor acesso a recursos e cuidados de qualidade a mulheres e menores vítimas de violência de género nas ilhas de Santiago, Fogo e Santo Antão", financiada pela Fundación Religiosos para la Salud (FRS) da Espanha.
Na ocasião referiu que a questão da violência “infelizmente atinge todos”, na maioria dos casos mulheres, razão pela qual, explicou, a mensagem sobre a VBG tem sido mais direcionada a elas.
Entretanto, sublinhou que a instituição que dirige tem recebido cada vez mais queixas de homens também vítimas da VBG.
“Só que muitas vezes os homens que são agressores também são vítimas prévias de outros tipos de agressão e nós temos tido dificuldades em trazê-los para este tipo de diálogo, porque muitos nos dizem directamente que não estão interessados em ter esta conversa, justificando que o género é uma questão de mulheres”, precisou a presidente do ICIEG.
Neste sentido, Mariza Carvalho realçou a importância da capacitação e da consciencialização frisando que o género é uma questão tanto de homens como também de mulheres, para quem é necessário adequar as políticas a quem mais necessita, neste caso, mulheres.
Contudo, aproveitou para apelar aos homens para que se juntem ao ICIEG para ajudar a encontrar solução por serem eles também parte do problema e não o problema, tendo assegurado que no Plano Nacional da Igualdade de Género constam acções direccionadas para ambos os géneros.
Por sua vez, a coordenadora do projecto, Victória Seoane, avançou que este projecto está orçado em 475 mil euros, sendo o objectivo da formação criar um trabalho em rede entre as diferentes instituições como Polícia Nacional, Tribunal de Justiça, pessoal sanitário e outros, que estão na linha da frente de atendimento a casos de VBG.
“O importante desta formação é poder dar respostas às vítimas porque muitas vezes não vão somente a um lugar em busca de apoio uma vez que o projecto coloca muito foco na parte de prevenção e sensibilização especialmente com as camadas mais jovens”, afirmou.
A formação iniciada hoje no Centro de Formação da Polícia Judiciária, na cidade da Praia, acontece duração dois dias e tem como objectivo principal contribuir para a eliminação de todas as formas da violência contra as mulheres e meninas.
ET/AA
Inforpress/Fim
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