
Mindelo, 18 Dez (Inforpress) – O líder regional da UCID em São Vicente acusou hoje o primeiro-ministro de ser cúmplice do presidente da câmara “no acto excessivo” de anunciar cinco dias de festas de fim-de-ano na Rua de Lisboa.
Anilton Andrade, presidente regional da União Cabo-Verdiana Independente e Democrática (UCID, oposição), afirmou que o seu partido não se opõe à realização do Réveillon, “entendido como um único momento simbólico de esperança e união da comunidade”, desde que organizado com “sobriedade, moderação orçamental e respeito pelo quadro legal excepcional em vigor”.
“A decisão foi tornada pública pelo presidente da Câmara Municipal de São Vicente, [Augusto Neves], na presença do primeiro-ministro, [Ulisses Correia e Silva], o que o torna cúmplice deste anúncio, num contexto em que a ilha de São Vicente permanece formalmente sob o estado de calamidade”, criticou.
O mesmo lembrou que, por causa da tempestade Erin, São Vicente está sob estado de calamidade, o que impõe às autoridades públicas, incluindo as autarquias locais, deveres acrescidos de contenção e racionalização das despesas, prioridade absoluta à protecção das pessoas, à reposição das condições essenciais de vida, à assistência social e à reconstrução.
“O que rejeitamos é o excesso, num momento em que a prioridade deve continuar a ser a reconstrução, o apoio social, a habitação, a segurança e a reposição das condições mínimas de vida das famílias afectadas”, argumentou.
Segundo o líder regional da UCID, a decisão de realizar cinco dias de festa na Rua de Lisboa foi anunciada sem deliberação do colectivo dos vereadores, que é, sublinhou, “o órgão competente para definir orientações estratégicas e opções com impacto financeiro e político relevantes”.
“A opção foi anunciada como um acto unilateral do presidente da câmara, o que configura uma fragilização da governação democrática local, desrespeitando os princípios da colegialidade, da transparência e da boa governação, pilares essenciais da democracia cristã”, afirmou Anilton Andrade, para quem tal prática constitui uma “elevada gravidade institucional”.
Para o líder regional da UCID, a postura do presidente da Câmara Municipal de São Vicente constitui uma “deselegância institucional grave”, tendo em conta que outros municípios cancelaram os seus festivais em solidariedade com a ilha de São Vicente.
CD/AA
Inforpress/Fim
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