Trump está a causar mais incertezas na economia do que causou covid-19, adverte BCE

Inicio | Internacional
Trump está a causar mais incertezas na economia do que causou covid-19, adverte BCE
16/03/25 - 01:10 pm

Berlim, 16 Mar (Inforpress) – O vice-presidente do Banco Central Europeu (BCE) defendeu que as políticas do Governo de Donald Trump nos Estados Unidos estão a causar mais incertezas na economia do que a crise da covid-19 provocou então.

Em entrevista ao Sunday Times, Luís de Guindos disse que a perspectiva da imposição de tarifas aduaneiras pelos Estados Unidos da América (EUA) e a retaliação dos seus parceiros comerciais provoca "muitas incertezas" e torna a situação actual "muito volátil".

"Cada dia uma nova taxa é imposta ou é retirado um imposto anunciado", disse o antigo ministro da economia de Espanha ao jornal britânico, falando da incerteza e instabilidade criada pela administração de Donald Trump.

Desde que regressou à presidência dos Estados Unidos, em Janeiro, Donald Trump lançou uma série de ofensivas comerciais contra os seus parceiros comerciais, por considerar que os Estados Unidos estavam a ser injustiçados no comércio mundial.

Para o número dois do BCE, uma guerra comercial será uma situação em que todos perdem, pois penalizará o crescimento económico pelo aumento dos preços.

A "desregulação" financeira que a administração Trump defende é outra "fonte de incerteza", bem como a redução de impostos sobre os lucros das empresas, que "poderá afectar os fluxos de capitais" entre a Europa e os EUA, estima Luís de Guindos.

Sobre o plano de armamento da Comissão Europeia, que prevê um aumento das despesas dos Estados-membros em defesa para 1,5% do PIB, o espanhol considerou que é "certamente uma decisão na boa direcção," mas que ainda falta conhecer mais detalhes e "uma avaliação precisa do seu impacto na economia".

Apesar deste contexto de incertezas, na entrevista ao Sunday Times, Luís de Guindos disse que o processo de desinflação está a correr bem, mostrando-se confiante de que inflação convergirá de forma duradoura para o objectivo do BCE dos 2% "no final deste ano ou no início do ano próximo".

Inforpress/Lusa/Fim

Partilhar