Tempestade Erin: União Europeia já contribuiu com 350.000 euros e continua empenhada na reconstrução do país

Cidade da Praia, 12 Set (Inforpress) - A União Europeia já contribuiu com 350.000 euros para apoiar cerca de 40 mil pessoas afectadas em São Vicente, Santo Antão e São Nicolau pela tempestade tropical e continua empenhada no planeamento da reconstrução da ilha.

A Delegação da União Europeia de Cabo Verde anunciou hoje que esta verba, proveniente do Fundo de Emergência de Resposta a Catástrofes (DREF) da Cruz Vermelha, enquadra-se na ajuda humanitária para cobrir necessidades de água potável, saneamento, abrigo, cuidados de saúde e segurança alimentar, incluindo a assistência a famílias.

A UE esclareceu ainda que foi, igualmente, mobilizada a assistência de Estados-Membros, através do Mecanismo de Proteção Civil Europeu, e que contou com o envolvimento directo de países como Alemanha, Espanha, Luxemburgo e Portugal, bem como os Países Baixos.

Neste quadro, a Alemanha contribuiu com 500 mil máscaras FFP2, 2.000 purificadores de água, 5.000 cobertores, 3.500 bebidas para catering de grupo, 3.387 rações de alimentos secos;

A Espanha respondeu o pedido com a doação de 720 kits de higiene, o Luxemburgo com 2.400 cobertores e Portugal com 100 pares de botas de borracha, 52.500 pares de luvas de nitrilo, 10.000 máscaras FFP2, 100 mil fatos de protecção, 500 colchões de campismo e 500 cobertores. 

Os Países Baixos enviaram também materiais e equipamentos médicos para apoiar o sistema de saúde na ilha de São Vicente.

Em complemento a estas iniciativas, ainda de acordo com a informação da UE, Portugal, França e Espanha enviaram navios das suas marinhas para ajudar as autoridades e a população. 

De Portugal chegou o navio patrulha oceânico com militares, elementos especializados e mergulhadores para prestarem assistência humanitária à população afetada.

“Entre os dias 15 e 24 de Agosto, os marinheiros portugueses forneceram água potável ao principal hospital do Mindelo, ajudaram a colocar novamente em funcionamento a central de dessalinização de água, conduziram operações de busca subaquática e levantamento aéreo com drones, retiraram lama de alguns edifícios e distribuíram refeições quentes às famílias mais afetadas”, esclarece a UE na sua comunicação.

O navio francês esteve de 24 a 28 de Agosto no Porto Grande com mergulhadores, mecânicos e engenheiros a bordo e em coordenação com as autoridades cabo-verdianas, os franceses realizaram mergulhos para mapear os detritos e recolher os corpos que foram levados pelas correntes, apoiaram as equipas municipais na limpeza, preparação e distribuição de alimentos e nos trabalhos de reabilitação da estação de tratamento de águas residuais.

Da marinha espanhola, chegou um navio com os materiais de primeira necessidade. 

Além disso, Espanha enviou especialistas em água e saneamento para a identificação de necessidades imediatas e materiais necessários a serem fornecidos. 

Através da Cruz Vermelha nas ilhas Canárias foi enviado um contentor com ajuda humanitária à ilha de São Vicente, incluindo 234 kits de cozinha e cobertores, sendo que ainda estão a ser analisadas contribuições financeiras adicionais.

As cheias de 11 de agosto inundaram bairros, destruíram estradas, pontes e estabelecimentos comerciais, afetaram o abastecimento de energia e provocaram nove mortos, havendo ainda duas pessoas desaparecidas na ilha de São Vicente.

Em Santo Antão e São Nicolau provocou inundações, derrocadas e destruição de infraestruturas.

O Governo cabo-verdiano declarou situação de calamidade por seis meses em São Vicente, Porto Novo (Santo Antão) e nos dois concelhos de São Nicolau, aprovando um plano de resposta com apoios de emergência às famílias e às atividades económicas, através de linhas de crédito bonificado e verbas a fundo perdido, financiadas pelo Fundo Nacional de Emergência e pelo Fundo Soberano de Emergência.

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