São Vicente: Ministro do Ambiente quer “evitar zonas de sombra” sobre regulamentação de observação de tartarugas marinhas (c/áudio)

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São Vicente: Ministro do Ambiente quer “evitar zonas de sombra” sobre regulamentação de observação de tartarugas marinhas (c/áudio)
18/09/24 - 02:59 pm

Mindelo, 18 Set (Inforpress) - O ministro do Ambiente disse hoje que o Governo quer assegurar uma boa articulação entre as autoridades no sentido de não deixar zonas de sombra quanto à portaria sobre a regulamentação de observação de tartarugas marinhas e cetáceos.

Gilberto Silva falava à imprensa a propósito do encontro com as instituições e operadoras sobre a regulamentação de observação das tartarugas marinhas e cetáceos, que vai introduzir uma taxa de 20 euros a ser aplicada a turistas.

Segundo o governante, o que importa é ter um País com uma boa reputação e garantir que aqueles que desenvolvem a actividade de observação de tartarugas marinhas possam exercê-la em melhores condições de segurança possíveis e se possa conservar estas espécies que são uma riqueza nacional.

“Eu acho que as tartarugas marinhas, os cetáceos, mais as aves, aqui constituem grandes riquezas que nós poderemos valorizar através da actividade do turismo”, lançou o ministro.

Para Gilberto Silva, as tartarugas marinhas e os cetáceos são recursos importantes do País que são valorizados através da própria actividade de observação por turistas, principalmente por nacionais, por cientistas e é fundamental que as pessoas conheçam muito bem as regras e os procedimentos para esta actividade.

“Da parte do Ministério do Ambiente, o essencial é que nós consigamos garantir as condições da conservação da natureza, mas também nós queremos que haja actividade económica e esta actividade possa ser exercida de modo a contribuir para a criação da riqueza, do emprego e tudo em harmonia”, assegurou.

Conforme o governante, a lei diz que os recursos serão mobilizados a partir das taxas cobradas e irão ser empregues nas actividades de conservação. Mas, esclareceu, a verdade é que a programação das actividades e a alocação desses recursos deve ser feita da forma mais harmonizada possível.

“O ganho que o projecto-de-lei traz é praticamente a consignação destas receitas para esta mesma actividade que é a conservação. Evidentemente que se as organizações não governamentais colaboram com o Governo na conservação também poderão aceder a estes recursos”, atestou a mesma fonte, assegurando que “os recursos serão empregues em actividades muito concretas para produzirem resultados muito concretos”.

Questionado se o valor de 20 euros será aplicado também a nacionais, o ministro do Ambiente disse acreditar que há uma diferença entre estrangeiros e nacionais, mas o importante é que se consiga pôr de pé o mecanismo da cobrança e o respeito pelas normas que lá estão.

Para o biólogo da associação Biosfera 1, Stiven Pires, é uma boa medida aplicar essa taxa aos turistas tendo em conta que o turismo é uma grande alavanca de negócios em Cabo Verde.

“Acho que a taxa pode ter uma pequena subvenção para a conservação para as tartarugas e os cetáceos e também para ajudar os pequenos operadores a desenvolver ainda mais essa actividade, porque já vão ter um pequeno impacto, sendo que vão aumentar o preço e um turista pode exigir uma qualidade superior ao que eles ofereciam antes, como mais segurança por exemplo”, opinou.

Para o representante da Biosfera 1, também “seria uma mais-valia” que parte desse dinheiro fosse alocada a associações que fazem o trabalho de identificação de ninhos e protecção dos ninhos de tartaruga.

Isto porque, lembrou, este ano houve um aumento considerável de ataques de cães vadios a ninhos de tartarugas e esse montante poderia ajudar as associações a monitorar e proteger as praias, sublinhando que os cães também atacam outros grupos de biodiversidade.

O microempresário da área de turismo náutico, Jairson Rocha, disse que desconhecia a aplicação da taxa de 20 euros aos turistas mas considerou justa o preço tendo em conta que se trata de uma actividade que traz algum benefício para a economia.

Para Jairson Rocha, em qualquer parte do mundo a segurança está em primeiro lugar, pelo que “os jovens que desenvolvem a actividade de observação das tartarugas deveriam ter apoio do Governo em termos de formação e equipamentos”.

CD/ZS

Inforpress/Fim  

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