São Miguel: Rabelados desalojados pedem união para reconstrução das suas casas e retoma normal das suas vidas

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São Miguel: Rabelados desalojados pedem união para reconstrução das suas casas e retoma normal das suas vidas
23/05/24 - 10:43 pm

Calheta, 23 Maio (Inforpress) – A comunidade dos Rabelos em Espinho Branco pediu hoje a união de todos para a reconstrução das suas casas que viram ser consumidas no incêndio no passado dia 27 de Março, deixando oito famílias desalojadas.

Passados quase dois meses, as oito famílias da comunidade dos rabelados, em Calheta de São Miguel, que perderam as suas casas no incêndio ainda não sentiram nenhuma movimentação para a reconstrução das suas casas, situação que tem complicado o dia-a-dia dos mesmos, visto que vivem da arte e com o incêndio a visita dos turistas diminuiu drasticamente.

Segundo Cipriana Santos, moradora dessa localidade e uma das desalojadas, disse que o seu e o desejo de todos nesta situação é ver as casas reconstruídas, porque na altura do incêndio receberam visitas das entidades locais, nacionais e pessoas particulares, foram realojados, mas que agora ninguém mais aparece para falar da reconstrução das suas habitações como foi prometido no início.

Esta moradora sublinhou que ainda continuam a receber apoios em géneros alimentícios, mas o que mais querem e precisam é das suas casas, uma posição que também Vitalina Pereira defende, pois, diz ter a necessidade de retomar a sua vida e, sem a sua casa, não é possível.

Maria Semedo também perdeu a sua casa neste incêndio e faz parte das cinco famílias realojadas num abrigo improvisado pela autarquia local, mas considera que o espaço não se encontra em bom estado para habitar, justificando que está a apresentar algumas fissuras, temendo que o tecto caia.

Algumas das famílias procuram casas para arrendamento, mas ela assevera não ter condições de pagar o valor cobrado. 

Outra situação que está a preocupar essa comunidade é a perda de turistas, pois, Sabino Gomes relembrou que esta comunidade vive da arte e, com este incêndio, houve uma diminuição de turistas, considerando que a atracção dos turistas eram as casas de palha.

Neste momento, sem visitas e sem rendimento, Sabino Gomes informou que já decidiram fazer uma pausa no artesanato esperando a reconstrução das suas casas, estando convicto de que ao serem reconstruídas o fluxo de turistas volte ao normal. 

Na época do incêndio, além da equipa camarária de São Miguel, a comunidade recebeu a visita dos deputados do Movimento para Democracia (MpD) eleitos pelo círculo eleitoral de Santiago Norte, que se demonstraram dispostos a unir forças para apoiarem as famílias desalojadas no incêndio.

Igualmente, os deputados do PAICV eleitos pelo círculo eleitoral de Santiago Norte visitaram a comunidade, demonstrando-se solidários com as vítimas do incêndio e comprometeram levar a situação ao Parlamento.

No início do mês de Abril, o ministro da Cultura e das Indústrias Criativas, Abraão Vicente, anunciou a construção de um museu e de um centro interpretativo dos rabelados com base nos livros e objectos recuperados no incêndio.

Abraão Vicente informou, na ocasião, que o Governo já tinha feito várias visitas e estava a ser feito todo o acolhimento para que a reconstrução da comunidade fosse feita com a “máxima celeridade e com a máxima dignidade” e que o ministério da Cultura ia tratar da parte do património material e imaterial que foi destruído.

MC/HF

Inforpress/Fim

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