Cidade da Praia, 28 Ago (Inforpress) – O vice-presidente da Associação Fauna e Flora de São Francisco assegurou hoje que a campanha de desova de tartarugas, iniciada em Julho, está a decorrer na normalidade, mas apela ao reforço do trabalho de sensibilização.
Em entrevista à Inforpress, Arlindo Bento, que integra um grupo de seis pessoas que vigia a praia de São Francisco, afiançou que a campanha está a decorrer normalmente, apesar de alguma “invasão” de pessoas que tem frequentado esta praia durante toda a noite.
“As vezes tentam entrar com carros na areia, então temos de chamar atenção porque temos identificado locais que não devem entrar, em que algumas tartarugas costumam sair para desova”, precisou.
Segundo disse, estes casos acontecem principalmente nos fins de semana, quando a frequência das praias é maior, afirmando que algumas pessoas parecem mais sensibilizadas para a causa e outras nem por isso.
De modo que, prosseguiu, a Associação tem apostado no trabalho de sensibilização, que, segundo o mesmo, precisa ser reforçado para melhor protecção desta espécie em Cabo Verde.
Entretanto, Arlindo Bento avançou que neste momento já registaram 59 ninhos de tartarugas nesta campanha de desova, que vai até Novembro.
“Esperamos ter um bom resultado este ano, porque no ano passado tínhamos, só no viveiro, perto de 90 ninhos, este ano ainda estamos em Agosto e já temos quase 60, então esperamos ter melhor desova de tartarugas", perspectivou.
Quanto à apanha de tartarugas assegurou que a Associação Fauna e Flora não tem casos registados nos últimos tempos, graças ao trabalho de vigilância que tem feito e também de sensibilização nesta zona piscatória, onde conforme afirmou, tinha-se o hábito da caça e consumo.
“Mas é preciso estar atento, nós estamos lá para proteger as tartarugas e tratamo-las como se fosse parte da nossa família”, admitiu, pedindo maior fiscalização na zona que fica mais à costa, mais concretamente no Farol de Leste cuja fiscalização, alertou, fica mais complicada devido à falta de meios de transporte para deslocação.
Em nome desta associação ambiental pediu a todos que não consumam a carne de tartaruga e, caso saibam de alguma apanha, que denunciem às autoridades competentes, por ser uma prática proibida por lei.
Este responsável realçou que a Associação Fauna e Flora de São Francisco começou o trabalho de protecção de tartarugas voluntariamente, desde 2005, e agora estão a contar com o apoio do Ministério da Agricultura e Ambiente.
ET/HF
Inforpress/Fim
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