Cidade da Praia, 28 Mar (Inforpress) – A Sociedade Cabo-verdiana de Autores (Soca) assinou hoje, na Praia, um protocolo de apoio com a Companhia de Teatro Fladu Fla, disponibilizando anualmente um montante de 350 mil escudos para valorização dos artistas e autores desta área.
Em declarações à imprensa, o presidente da Soca, Danny Spínola, destacou que o protocolo surge no âmbito das atribuições da organização em matéria de direitos autorais e artísticos.
Segundo explicou, os grupos de teatro devem solicitar licença à Soca para as suas actuações, pagando os devidos direitos.
No entanto, reconheceu que, em Cabo Verde, nem sempre há condições financeiras para cumprir integralmente com essas obrigações.
“Como já sabemos que em Cabo Verde as coisas são complicadas, às vezes essas actividades não conseguem gerar um montante satisfatório para cobrir os direitos de autor, que muitas vezes revertem para os próprios artistas”, referiu.
Diante dessa dificuldade, a Sociedade Cabo-verdiana de Autores decidiu assinar o protocolo para disponibilizar um montante anual de 350 mil escudos, permitindo que os grupos façam teatro e, ao mesmo tempo, reservem direitos para os seus trabalhos.
Danny Spínola lembrou que a instituição que dirige já distribuiu apoios em diferentes áreas artísticas, como música, literatura, artes plásticas e fotografia.
Destacou ainda iniciativas no artesanato, onde foram adquiridas peças para incentivar a produção artesanal e fomentar exposições. Agora, a atenção volta-se para o teatro, reconhecendo a sua importância para a dinâmica cultural do país.
“A sustentabilidade do teatro é um desafio, pois muitas vezes o público não adere em grande número e os grupos enfrentam dificuldades financeiras. Este apoio é uma forma de ajudá-los a realizar os seus trabalhos da melhor maneira possível”, acrescentou.
A Sociedade Cabo-verdiana de Autores distribuiu 14 mil contos, em 2024, a mais de 60 autores, reforçando o seu compromisso com a valorização das produções culturais nacionais, informou hoje o presidente da instituição.
Segundo Danny Spínola, desde 2018 já foram distribuídos 30 mil contos a cerca de 200 beneficiários.
Por seu lado, a presidente da companhia de teatro Fladu Fla, Simónica Sanches, valorizou a assinatura do protocolo, considerando-o um passo fundamental para a promoção da indústria criativa e a proteção dos direitos autorais em Cabo Verde.
“Hoje tivemos dois momentos importantes para a nossa cultura: a assinatura do protocolo com a Soca, que representa um compromisso com o reconhecimento e a valorização do nosso trabalho, garantindo que a arte e os seus criadores sejam respeitados e protegidos, e a recepção do prémio da Associação Audiovisual de Cinema”, vincou.
Para a presidente, isso demonstra que tanto o teatro como o audiovisual estão alinhados na missão de contar as histórias do país.
Segundo Simónica Sanches, este reconhecimento reforça a necessidade de continuar a produzir, inovar e inspirar, mostrando ao mundo a riqueza da identidade cultural cabo-verdiana.
TC/AA
Inforpress/Fim
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