Cidade da Praia, 15 Set (Inforpress) – O presidente do Sindicato Nacional dos Professores (Sindep) voltou a alertar para os constrangimentos causados pela demora do Ministério da Educação em confirmar a actualização salarial e o pagamento dos retroactivos desde Janeiro.
Em declarações à Inforpress a propósito do arranque do novo ano lectivo 2025/2026, o presidente do Sindep, Jorge Cardoso, revelou que, apesar da promessa do governante em se pronunciar até ao dia 13, sábado, até ao momento não houve qualquer confirmação oficial.
Disse que a organização tem mantido contacto com o ministro e que até espera que hoje, durante a cerimónia oficial de abertura do ano lectivo que se realiza na localidade de Calheta de São Miguel, Amadeu Cruz vá transmitir à classe, uma decisão nesta matéria.
Jorge Cardoso avançou que os professores “estão cansados com esta demora e com sucessivos adiamentos neste processo”, sublinhando que não houve garantias sobre a nova tabela remuneratória e o pagamento dos retroactivos.
O presidente alertou que caso esse impasse mantenha e não houver confirmação do Governo, que já na próxima semana, segunda-feira, dia 22, os professores poderão suspender as actividades do novo ano lectivo.
“O Sindep sempre apoia de forma incondicional as lutas da classe e se calhar vamos planear uma grande manifestação, uma mega manifestação para o dia 05 de Outubro, que é o Dia Internacional dos Professores”, alertou, reiterando a injustiça na lista definitiva de transição para o PCFR.
Sobre o arranque do ano lectivo, o sindicalista afirmou que não houve diálogo efectivo com o Ministério da Educação sobre a temática, mas que, entretanto, identificou problemas estruturais em algumas escolas, que não estão em condições de receber alunos, professores e toda comunidade escolar.
“Por acaso eu já pedi ao secretariado regional de São Vicente que fizesse um levantamento para poder-me informar melhor e poder fazer um pronunciamento sobre essa matéria”, explicou.
O presidente do sindicato criticou ainda a limitação orçamentária apresentada pelo Ministério da Educação, que indicou que só poderá pagar parte dos retroactivos previstos, o que aumenta a frustração da classe docente.
“Se calhar é necessário mais do que 1.7 milhões de escudos, terão que mobilizar mais recursos para poder, de facto, dar razão e, portanto, há esse aspecto”, sublinhou, frisando que com esses constrangimentos, a classe docente está bastante desmotivada e frustrada.
O ano lectivo 2025-2026 arranca hoje com cerca de 130 mil alunos inscritos e, aproximadamente, oito mil professores activos no ensino básico e secundário.
Em declarações à imprensa no dia 11, o ministro afirmou que o Governo mantém o compromisso de estimular e valorizar a ambição individual das crianças, adolescentes e jovens.
LT/HF
Inforpress/Fim
Partilhar