São Vicente: Plano Director Municipal deverá espelhar visão futurista da ilha - vereadores do PAICV (c/áudio)

Mindelo, 23 Out (Inforpress) - Os vereadores do Partido Africano da Independência de Cabo Verde (PAICV, oposição) na câmara de São Vicente consideraram hoje que o Plano Director Municipal (PDM) de São Vicente deverá espelhar uma visão futurista da ilha.

Esta visão foi partilhada à imprensa pelo porta-voz dos vereadores do PAICV, António Duarte, a propósito da 20.ª sessão camarária, que tinha como um dos pontos a análise do processo de lançamento do concurso para a elaboração do PDM.

Segundo António Duarte, esse plano não poderá abrir mão de um grande projecto de reforma estrutural do sistema de correção torrencial, a montante e a jusante.

Isto porque, clarificou, além da cidade, as zonas periféricas e costeiras como Salamanca, São Pedro e Calhau também têm que ter áreas de correcção torrencial para evitar estragos, tal como aconteceu com as chuvas de 11 de Agosto.

“Essas questões têm que ser salvaguardadas. O PDM tem que ter a visão de impedir a construção em zonas de risco. Nós temos que rever e implementar, urgentemente, a próxima fase do plano sanitário, mas temos que reforçar a nossa rede de esgotos existente”, considerou.

Além disso, acrescentou, deve-se pensar a forma de mobilidade dos pedestres, dos ciclistas e a mobilidade viária com uma visão de futuro. 

Conforme o vereador, o PDM deve permitir também zonas de intervenção claras com funções específicas e áreas de edificações, estabelecendo a volumetria dos edifícios e áreas industriais entre outros.

O vereador considerou que nas zonas consolidadas devem ser criadas “soluções paliativas”, nomeadamente muros de contenção e criação de canais, mas também fazer a desocupação lá onde for necessário.

“Nas zonas que estão consolidadas, lá onde for possível a desocupação nós teremos que ter essa coragem política de operar para que estas situações sejam definitivamente resolvidas”, afirmou, acrescentando que  a ilha também precisa de uma arborização massiva para permitir também a correção torrencial.

Sobre os outros pontos que constaram da agenda da sessão camarária, António Duarte disse que foram analisados documentos relativamente à construção de um edifício na zona do Monte Sossego. 

Trata-se, segundo a mesma fonte, de uma zona já consolidada cujo plano detalhado não prevê a construção desse edifício, com o “agravante de não ter a planta de localização” com as informações técnicas, incluindo a área, as confrontações do lote, e a volumetria da edificação.

Para António Sequeira Duarte houve “falhas técnicas neste processo”, pelo que os vereadores do PAICV vão esperar os esclarecimentos do presidente e, caso não houver uma resposta, vão tomar decisões para que a legalidade seja reposta. 

CD/AA

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