Mindelo, 29 Abr (Inforpress) – O líder da Comissão Política Regional do PAICV em São Vicente disse hoje, em conferência de imprensa, que a exclusão de protagonistas da luta pela independência das celebrações dos 50 anos desse marco histórico é uma vergonha nacional.
Adilson Jesus, presidente da Comissão Política Regional do Partido Africano da Independência de Cabo Verde (PAICV, oposição), em São Vicente, também considerou escandaloso, que nos discursos oficiais, produzidos pelo primeiro-ministro e pelo presidente da Câmara Municipal de São Vicente, duas altas figuras do Estado de Cabo Verde, não se tenha escutado qualquer referência à luta de libertação nacional e a Amílcar Cabral.
“Não podemos acreditar que se esqueceram de convidar o comandante Pedro Pires, Silvino da Luz, Luís Fonseca, Olívio Pires e todos os Combatentes da Liberdade da Pátria, através da associação que os representa, para a abertura oficial destas comemorações”, criticou o político para quem isso foi um acto deliberado e consciente, uma vã tentativa de reescrever a história e de querer fazer esquecer os nomes dos protagonistas cabo-verdianos ligados à independência nacional.
O mesmo lembrou que em toda a parte do mundo se celebra Cabral, enquanto em Cabo Verde “insiste-se em querer matá-lo todas as vezes que, por imposição, força e grandeza dos seus feitos devessem celebrar e ovacionar essa figura central da história cabo-verdiana”.
Segundo Adilson Jesus tentaram banalizar a luta pela libertação nacional, o 05 de Julho de 1975 e a Independência Nacional, subjugando-os ao 25 de Abril. Mas, recordou, "a verdade é que a história não se apaga e no coração dos cabo-verdianos a Independência continuará a figurar como a grande data e o grande acontecimento da pequena grande história do País como Estado e como Nação”.
Para o político, não fosse o Embaixador de Portugal a salvar o dia, esse acto, realizado pelo Governo em São Vicente, “serviria apenas para celebrar o 25 de Abril”.
“Foi o único dos oradores a pronunciar um discurso com elevação e cuidado com a verdade histórica, ao dizer que o 25 de Abril nasceu da consciência dos militares portugueses perante as vitórias dos movimentos de libertação – especialmente do Partido Africano da Independência de Guiné e Cabo Verde (PAIGC), com protagonistas ainda vivos, lúcidos e residentes neste país, liderados pela mais destacada figura de toda a história de Cabo Verde”.
CD/HF
Inforpress/Fim
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