Mindelo, 21 Ago (Inforpress) – A coordenadora executiva da Biosfera alertou, quarta-feira, que mais de uma semana após as fortes chuvas que assolaram São Vicente, a ilha continua a viver um cenário “completamente caótico”, exigindo mais apoios e maior articulação das instituições.
À Inforpress, Nadina Rodrigues explicou que ainda há famílias a tentar reconstruir as suas casas ou cujas habitações ficaram soterradas, o que, segundo ela, demonstra que “não é possível falar em normalidade”.
A organização, conforme Nadina Rodrigues, tem concentrado a sua intervenção em comunidades piscatórias como Salamansa e Calhau, fornecendo bens essenciais e colaborando com a Câmara Municipal e com as Forças Armadas na limpeza de habitações e de praias.
“A Biosfera está a munir de financiamento com os parceiros e particular, para receber mais materiais para a campanha de limpeza, porque vai ser uma tarefa e um trabalho que a Biosfera vai ter que fazer aqui em São Vicente, principalmente nas zonas costeiras, para evitar que as enxurradas que vem das comunidades vá para o mar”, frisou.
Entre os maiores desafios, a coordenadora apontou o apoio às famílias desalojadas e a necessidade urgente de encontrar alternativas de habitação para as pessoas que viviam em casas de lata.
“Outra questão crítica é a gestão dos resíduos pós-catástrofe, que nós vamos ter aqui em São Vicente, que vai ser um problema alargado mesmo para a ilha”, acrescentou Nadina Rodrigues.
A responsável alertou ainda para os impactos psicológicos na população, um aspecto ainda pouco abordado.
“Nós temos a questão das perdas financeiras, mas nós também temos a questão psicológica, que não estão a falar ainda no momento das pessoas ficaram afectadas com a situação, e isso pode causar alguma onda de pânico, alguma onda de ansiedade aqui em São Vicente”, advertiu.
Apesar da onda de solidariedade, Nadina Rodrigues sublinhou que a recuperação de São Vicente será um processo de longo prazo, não apenas devido aos danos materiais e de infra-estruturas, mas também aos impactos emocionais na população.
DV/SR//CP
Inforpress/Fim
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